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Greve aumenta a crise na saúde e
deixa 51 mil sem aula em Campinas
Marcos Peron/Folha Imagem
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O servidor Carlos Rogério Peria (de boné vermelho) cai no meio dos PMs durante confusão na garagem
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GUSTAVO PORTO
ELI FERNANDES
free-lance para a Folha Campinas
A greve dos servidores de Campinas agravou ontem a situação
nos setores da saúde e educação,
atingindo mais de 60 mil pessoas.
O setor mais atingido ontem foi o
de Operações que, segundo o sindicato, teve 90% de paralisação.
A greve foi deflagrada na sexta-feira passada, mas passou a atingir
de fato a população de Campinas a
partir de anteontem.
Pelo menos 9.100 pessoas deixaram de ser atendidas na rede pública de saúde e 51 mil alunos ficaram
sem aulas ontem, segundo o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço
Público Municipal.
Segundo o sindicato, cerca de
80% dos 13,7 mil servidores não
trabalharam ontem. Anteontem, a
adesão foi menor, de 55%. Eles sitiaram o Paço Municipal por quatro horas e meia e quase entraram
em conflito com policiais militares.
Os servidores pedem o pagamento de benefícios cortados pelo
prefeito Francisco Amaral (PPB), o
pagamento integral dos salários de
maio e a criação de uma CEI (Comissão Especial de Inquérito) para
apurar possíveis irregularidades
na folha de pagamento da administração. A greve deve ser julgada
hoje pelo juiz do TRT (Tribunal
Regional do Trabalho) em Campinas Antonio Mazzuca.
Na educação, a paralisação foi de
80%, e, na Saúde, 70%, porque os
30% de urgência e emergência estão sendo mantidos.
Segundo a Secretaria Municipal
da Saúde, a greve paralisou totalmente 47% dos 67 postos de saúde,
prontos-socorros e laboratórios.
Somente 13 funcionaram normalmente, sendo que dez operaram
em regime emergencial.
Pacientes que procuraram postos de saúde municipais ontem tiveram que ir ao Hospital Celso
Pierro, da PUC-Campinas, que teve seu atendimento sobrecarregado pelo segundo dia consecutivo.
O HC (Hospital de Clínicas) da
Unicamp (Universidade Estadual
de Campinas) também sentiu reflexos da greve do funcionalismo.
CEI
Seis vereadores já assinaram o
requerimento do vereador Carlos
Signorelli (PT) que pede a instauração da CEI da folha de pagamento na Câmara de Campinas.
Para que o requerimento seja
protocolado, são necessárias sete
assinaturas, e para que a abertura
da CEI seja aprovada em plenário,
é necessária a votação a favor de
metade mais um dos vereadores
presentes na sessão.
Ontem, a prefeitura publicou no
"Diário Oficial" do Município a
exoneração de 65 servidores que
ocupavam cargos em comissão.
As demissões ocorreram, segundo o prefeito Chico Amaral, como
parte das medidas de contenção
dos gastos.
Ainda no "Diário Oficial" do
Município foram publicadas as relações de bens dos membros do
primeiro escalão do governo. O secretário das Finanças e dos Recursos Humanos, Álvaro César Iglesias, é o que mais tem propriedades.
Iglesias possui sete apartamentos, seis casas e participação em
outras oito casas e metade de dois
prédios comercias, entre outros
bens. Ele não foi localizado ontem.
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