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SOB SUSPEITA
Corregedoria do Estado denuncia irregularidades na Santa Casa do município durante intervenção
Estado apura rombo de R$ 7,2 mi em Itu
RICARDO BRANDT
DA FOLHA CAMPINAS
A Corregedoria Geral da Administração do Estado denunciou à
Procuradoria Geral de Justiça um
rombo de R$ 7,2 milhões nos cofres públicos do Estado em razão
da suposta má utilização de verbas na Santa Casa de Misericórdia
de Itu (55 km de Campinas).
O valor é referente a um levantamento de gastos feito durante
99, época que o hospital era gerido pela ex-interventora e vereadora de Itu Márcia Denise Jukimiu (PSDB).
O hospital, que era mantido pela Irmandade da Santa Casa de
Itu, está sob intervenção do Estado desde junho de 91.
Segundo relatório da Corregedoria, enquanto a Santa Casa de
Sorocaba, que tem estrutura similar, gastou em média R$ 781 mil
por mês, em Itu foram gastos R$
1,3 milhão mensais em 99.
Há ainda apontamento de gastos excessivos, contratações suspeitas, superfaturamento de preços de medicamentos e prática de
nepotismo (contratações de parentes para cargos públicos).
O relatório, elaborado pela Corregedoria e entregue no último
dia 5 à Procuradoria, pede que seja apurado crime de improbidade
administrativa no hospital, o que
pode gerar a cassação dos direitos
políticos dos acusados.
O três principais suspeitos são
os últimos interventores Paulo
Moraes de Lima (de 97 a 98) e
Márcia Denise Jakimiu (de 98 a
março deste ano), além de Sérgio
Henrique Prévide (de 93 a 94), ex-prefeito de Itu.
Paulo Moraes e Márcia Denise
foram, respectivamente, secretários das Finanças e da Saúde de
Itu entre 93 e 96, na gestão do ex-prefeito Lázaro Piunti (PSDB).
Na época em que os dois acusados foram nomeados interventores, Piunti ocupava o cargo de vice-presidente da CDHU (Companhia Habitacional de Desenvolvimento Urbano do Estado de São
Paulo).
Paulo Moraes é hoje um dos diretores de um jornal da cidade,
que pertence à família Piunti.
Márcia Denise é vereadora pelo
PSDB pela segunda vez e candidata à reeleição.
Piunti é o atual candidato a prefeito pelo PSDB e deverá ser investigado como "padrinho político" dos dois últimos interventores do hospital.
O relatório da Corregedoria foi
encaminhado à Procuradoria Geral de Justiça, que vai começar a
investigar o caso e possíveis responsabilidades criminais.
O documento da Corregedoria
pede que o atual interventor, Nelson Paulo Andreazza Silveira,
apresente em 60 dias medidas de
correção para as irregularidades.
Devem ser corrigidas irregularidades no número excessivo de
funcionários, no pagamento indevido de salários e na compra de
medicamentos.
O ex-prefeito Lázaro José Piunti
nega que tenha feito as indicações
dos interventores. Paulo Moraes
de Lima nega irregularidades. Os
interventores Sérgio Prévide e
Márcia Jakimiu não foram localizados.
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