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ABASTECIMENTO
Polícia diz que laudo da Replan mostra que 3 das 4 amostras de combustível apresentaram adulteração
Laboratório de Mogi Guaçu adulterava combustível
ANA PAULA MARGARIDO
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS
Três das quatro amostras de
combustível colhidas no laboratório clandestino em Mogi Guaçu
(66 km de Campinas), lacrado na
última quinta-feira, estão adulteradas, segundo laudo divulgado
ontem pelo delegado da DIG (Delegacia de Investigações Gerais)
José Emídio Carvalho.
No local, a polícia encontrou
quatro tanques de 50 mil litros cada. Cerca de 30 mil litros de combustível foram apreendidos.
As amostras foram analisadas
por técnicos da Replan (Refinaria
Planalto) em Paulínia (28 km de
Campinas).
Dois fiscais da ANP (Agência
Nacional de Petróleo) acompanharam o início das análises.
A agência não divulgou os resultados.
Ontem, o delegado encaminhou
o laudo ao Fórum de Mogi Guaçu
para que ele seja anexado ao processo.
Origem
Carvalho disse que a polícia ainda quer saber a origem do combustível apreendido para concluir
o inquérito policial.
Segundo ele, os advogados do
proprietário do laboratório, Carlos Guerreiro Moreno, o procuraram ontem e disseram que o
cliente deles se apresentaria hoje.
O pisão temporária de Moreno
foi negada pela justiça.
O filho de Moreno, Marcelo, foi
preso em flagrante, mas foi solto
mediante pagamento de fiança.
O delegado-seccional de Mogi
Guaçu, Márcio Souza e Silva Dutra, disse acreditar na existência
de uma quadrilha com ramificações em outras cidades e Estados.
Outros crimes
Os proprietários do galpão onde
a polícia encontrou o laboratório
de adulteração de combustível,
em Mogi Guaçu, já respondem a
dois processos administrativos
movidos pela ANP, pelo mesmo
motivo.
No final de março, Moreno e o
filho foram indiciados por manterem um ponto de adulteração de
combustível em um galpão lacrado um mês antes pela ANP, também em Mogi.
No local, funcionava a Transportadora Sol Guerreiro, de propriedade de Moreno.
A agência chegou a interditar a
transportadora, onde foi descoberto um depósito clandestino de
combustível por fiscais do extinto
Departamento Nacional de Combustível.
Os fiscais apreenderam 34,6 mil
litros de combustível, acondicionados em 11 tanques, com capacidade para armazenar 195 mil litros de combustível, e sete caminhões-tanque.
Outro processo em andamento
na Justiça Federal é sobre violação
de lacre, seguida de apreensão de
60 mil litros de derivados de petróleo, atividade clandestina descoberta em março.
A ANP vai abrir outro processo
para punir postos e distribuidoras
que utilizavam o combustível
adulterado do laboratório. A multa pode variar entre R$ 5 mil e R$
5 milhões.
A portaria 009/97 do Departamento Nacional de Combustível
obriga os postos a informar na
bomba a procedência da compra
do combustível. A portaria também prevê que os postos devem
realizar testes com o combustível.
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