Campinas, Terça-feira, 04 de Julho de 2000


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ABASTECIMENTO
Polícia diz que laudo da Replan mostra que 3 das 4 amostras de combustível apresentaram adulteração
Laboratório de Mogi Guaçu adulterava combustível

ANA PAULA MARGARIDO
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS

Três das quatro amostras de combustível colhidas no laboratório clandestino em Mogi Guaçu (66 km de Campinas), lacrado na última quinta-feira, estão adulteradas, segundo laudo divulgado ontem pelo delegado da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) José Emídio Carvalho.
No local, a polícia encontrou quatro tanques de 50 mil litros cada. Cerca de 30 mil litros de combustível foram apreendidos.
As amostras foram analisadas por técnicos da Replan (Refinaria Planalto) em Paulínia (28 km de Campinas).
Dois fiscais da ANP (Agência Nacional de Petróleo) acompanharam o início das análises.
A agência não divulgou os resultados.
Ontem, o delegado encaminhou o laudo ao Fórum de Mogi Guaçu para que ele seja anexado ao processo.

Origem
Carvalho disse que a polícia ainda quer saber a origem do combustível apreendido para concluir o inquérito policial.
Segundo ele, os advogados do proprietário do laboratório, Carlos Guerreiro Moreno, o procuraram ontem e disseram que o cliente deles se apresentaria hoje.
O pisão temporária de Moreno foi negada pela justiça.
O filho de Moreno, Marcelo, foi preso em flagrante, mas foi solto mediante pagamento de fiança.
O delegado-seccional de Mogi Guaçu, Márcio Souza e Silva Dutra, disse acreditar na existência de uma quadrilha com ramificações em outras cidades e Estados.

Outros crimes
Os proprietários do galpão onde a polícia encontrou o laboratório de adulteração de combustível, em Mogi Guaçu, já respondem a dois processos administrativos movidos pela ANP, pelo mesmo motivo.
No final de março, Moreno e o filho foram indiciados por manterem um ponto de adulteração de combustível em um galpão lacrado um mês antes pela ANP, também em Mogi.
No local, funcionava a Transportadora Sol Guerreiro, de propriedade de Moreno.
A agência chegou a interditar a transportadora, onde foi descoberto um depósito clandestino de combustível por fiscais do extinto Departamento Nacional de Combustível.
Os fiscais apreenderam 34,6 mil litros de combustível, acondicionados em 11 tanques, com capacidade para armazenar 195 mil litros de combustível, e sete caminhões-tanque.
Outro processo em andamento na Justiça Federal é sobre violação de lacre, seguida de apreensão de 60 mil litros de derivados de petróleo, atividade clandestina descoberta em março.
A ANP vai abrir outro processo para punir postos e distribuidoras que utilizavam o combustível adulterado do laboratório. A multa pode variar entre R$ 5 mil e R$ 5 milhões.
A portaria 009/97 do Departamento Nacional de Combustível obriga os postos a informar na bomba a procedência da compra do combustível. A portaria também prevê que os postos devem realizar testes com o combustível.


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