Campinas, Terça-feira, 04 de Julho de 2000


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ABASTECIMENTO
Com o racionamento de até 9h por dia iniciado ontem, população faz estoque com água de poços
Morador de Sumaré usa poço artesiano

Marcos Peron/Folha Imagem
A dona-de-casa Maria Aparecida Teixeira e seu marido levam garrafas para encher em poço


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A população de Sumaré (26 km de Campinas) está recorrendo a poços artesianos para "driblar" o racionamento de água, que começou ontem na região central da cidade.
A medida do DAE (Departamento de Água e Esgoto) deve afetar pelo menos metade dos 200 mil moradores, de acordo com técnicos da autarquia.
A prefeitura informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que 21 bairros estão enfrentando o racionamento.
O corte no fornecimento começa entre 8h e 9h da manhã. Os moradores ficam sem água entre sete e nove horas por dia.
A cidade vive uma crise no abastecimento devido à estiagem na região, que completou ontem 96 dias. Segundo técnicos do DAE, o racionamento deve durar até o final da estiagem.
De acordo com o Cepagri (Centro de Estudo e Pesquisa sobre Agricultura) da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), não há previsão de chuvas agrícolas -acima de 10 milímetros -até outubro.
A dona-de-casa Maria Aparecida Teixeira faz um estoque de água. Ela disse que recorre a um poço artesiano de uma empresa na cidade para encher galões e garrafas de refrigerante.
A água do poço é usada, segundo ela, para beber e cozinhar. "De manhã não tem água. Quando chega, fica com gosto forte de cloro", disse.
A aposentada Antonia Pinto Padula disse que recorre à água de poços artesianos mesmo com dois reservatórios em casa. "Tenho duas caixas pequenas e fico com medo de faltar água", diz.

Itu
O diretor do Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) de Itu (55 km de Campinas) José Carlos Rodrigues disse acreditar que a queda na temperatura vai causar redução no consumo de água.
O município está em estado de calamidade pública há 32 dias, devido à falta d'água. Os 130 mil habitantes da cidade enfrentam racionamento de 16 horas por dia.
O Saae começou ontem as obras de ampliação da rede de captação de água do Córrego São José, segundo Rodrigues.
A obra foi orçada em R$ 80 mil e será paga com parte dos R$ 710 mil repassados pelo governo do Estado para o fornecimento de água às escolas estaduais.
O Saae espera aumentar o volume captado de 20 mil litros por hora para 70 mil litros por hora e beneficiar pelo menos 6.000 pessoas que moram na região leste.
Hortolândia e Paulínia, que já enfrentaram crises, não devem racionar.


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