Campinas, Quinta, 5 de agosto de 1999

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CRISE NA ADMINISTRAÇÃO
Pressão da prefeitura e dos servidores públicos faz com que Legislativo realize duas sessões extraordinárias
Câmara decide destino da greve amanhã

GUSTAVO PORTO
da Folha Campinas

Pressionada pela prefeitura e pelo Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal, a Câmara de Campinas vota amanhã o projeto de lei que pode cortar benefícios, reduzir salários e jornada em até 25%, ou, se rejeitado, proporcionar a demissão de até 2.500 servidores.
Um acordo ontem à tarde fez com que o projeto, enviado ontem à Câmara, seja votado em duas sessões extraordinárias, amanhã, às 8h.
"É o momento mais crítico da administração Chico Amaral e a Câmara vai ter que assumir esse problema. Eu só posso lamentar a inércia do Executivo, que não resolveu o problema em três meses de negociação", afirmou o presidente da Câmara, vereador Tadeu Marcos Ferreira (PMDB).
Ontem, os servidores iniciaram a terceira greve no ano com a paralisação, segundo o sindicato, entre 55% e 60% da categoria. O setor mais atingido foi o da Saúde, com 70%.
O presidente da Câmara criticou novamente a maneira como o projeto foi redigido e previu que várias emendas devem ser feitas.
"Para piorar, faltou habilidade ao Executivo, que protocolou um projeto deste no mesmo dia em que prorrogou um contrato de vigilância de R$ 10 milhões, que está sendo criticado por todos", afirmou Ferreira.
Segundo Fábio Custódio, um dos coordenadores-gerais do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal, a antecipação da votação vai fazer com que o Executivo não tenha tempo de se articular.
O líder do governo, vereador Antonio Rafful (PPB), afirmou que o Executivo tem pressa para que o projeto seja aprovado e que vai trabalhar para que isso aconteça amanhã.
"Se o projeto passar, os cortes serão feitos e não haverá demissões. Mesmo com a previsão de demissões no projeto, existe um consenso para que esses artigos sejam suprimidos", afirmou o vereador.



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