|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MPB
Alma feminina, cantada de A a Z
CÁSSIA DE SOUZA
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS
O hit "Quem de Nós Dois"
(Gean Luca Grignam), que a cantora, compositora e instrumentista Ana Carolina gravou, é só mais
uma faixa do seu novo disco "Ana
Rita Joana Iracema e Carolina"
(BMG Brasil/2001), que ela apresenta domingo, no Teatro Polytheama, em Jundiaí (36 km de
Campinas).
O disco, segundo a instrumentista, propõe como abordagem as
"vertentes da alma feminina e faz
referência à inconstância das mulheres".
Para justificar a "alma feminina" do novo trabalho, no repertório há parcerias de Ana com outras mulheres, novidade na carreira da artista, como mostra a
canção "Dadivosa", que compôs
com Neusa Pinheiro e Adriana
Calcanhotto.
"Dadivosa" tem a participação
da cantora Alcione e o sampler do
texto de Antônio Bivar, recitado
por Maria Bethânia no espetáculo
"Drama/Luz da Noite" (1973).
"Ela é Bamba" (Totonho Villeroy), "Implicante" e "Joana" (Ana
Carolina) também esbanjam feminilidade.
A mulher está presente no trabalho anterior de Ana Carolina,
com influências de Chico Buarque, um grande leitor da alma feminina.
No primeiro CD homônimo
(1999/BMG Brasil), ela gravou
"Beatriz" (Chico Buarque e Edu
Lobo) e "Retrato em Branco-e-Preto" (Chico Buarque e Tom Jobim).
A personalidade instável das
mulheres vem, inclusive, com as
várias faces da cantora, que diz às
vezes ser Ana, cantando rasgado,
e outras, Carolina, que olha pela
janela sem ver o tempo passar.
As mulheres desenhadas nas letras dos hits dos dois CDs de Ana
Carolina também têm posturas
mutáveis. Na canção "Garganta",
do parceiro Totonho Villeray, os
versos culminam em "aprendi a
me virar sozinha/ e não mudo minha postura só pra te agradar".
Já na versão "Quem de Nós
Dois", em parceria com Dudu
Falcão, o discurso é outro -"cada vez que eu fujo, eu me próximo
mais/ toda vez que eu procuro
uma saída, acabo entrando sem
querer na sua vida".
O quê: show com Ana Carolina
Quando: domingo, às 20h30
Onde: Teatro Polytheama (r. Barão de
Jundiaí, 178. Tel.: 0/xx/11/4586-2472)
Quanto: R$ 25 e R$ 20 (arquibancada)
Texto Anterior: Açaí é muito mais que energético Próximo Texto: Chorinho: "Apimentado" é lançado em Campinas Índice
|