Campinas, Domingo, 11 de abril de 1999

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Pesquisa e serviços "somam" R$ 160 mi

free-lance para a Folha Campinas

A arrecadação extra do orçamento da Unicamp é de R$ 160 milhões, atualmente, destinados por agências estatais de pesquisas e por investimentos da iniciativa privada à pesquisas, extensão e prestação de serviços.
Segundo o economista e assessor para assuntos orçamentários da reitoria da Unicamp, Mário Presser, os recursos, somados aos 5% do orçamento restantes, estão bancando o funcionamento de setores como a graduação, o pagamento de contas de água e esgoto, luz e telefone, por exemplo.
Segundo ele, a captação de dinheiro da iniciativa privada em financiamento de pesquisas e serviços é de aproximadamente R$ 5 milhões. Ele considera a quantia abaixo do necessário.
"Quem recomenda superar os problemas financeiros da universidade somente com as parcerias com a iniciativa privada, na verdade, deve estar querendo fechar a Unicamp", disse o economista.
Ele disse que o fato de a universidade ser de "excelência tecnológica" e, mesmo assim, não ter atraído mais recursos externos da iniciativa privada demonstra que as verbas não sustentariam a universidade.
Um indicador dos problemas financeiros da universidade, segundo Presser, é o ritmo baixo das obras internas na Unicamp, que devem consumir R$ 1,25 milhão. "É uma quantia bem pequena", disse o economista.
De acordo com a reitoria, a Unicamp expandiu sua planta física em 20% nos últimos 10 anos. "É até uma boa marca, visto que a Unicamp é ainda uma universidade bem jovem", afirmou.
Os R$ 160 milhões de recursos externos incluem R$ 65 milhões recebidos do SUS (Sistema Único de Saúde), consumidos no hospital universitário. "Essas verbas são instáveis. Desse total, para se ter idéia, R$ 90 milhões são carimbados, ou seja, ninguém pode tirar do destino delas, que é basicamente em pesquisas e bolsas. E não podemos contar com o restante delas porque não são quantias fixas."
Na análise do economista, a universidade vive a incerteza da arrecadação de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) com a queda da atividade econômica no Estado.
Segundo ele, a queda de ICMS soma 4,15% em 99, se comparado ao ano passado.
Em 98, o governo estadual recolheu R$ 1.498.035 em janeiro, R$ 1.351.741 em fevereiro, R$ 1.410.114 em março, e, em abril, fechou em R$ 1.479.782. Este ano, a arrecadação foi R$ 1.490.982 em janeiro, R$ 1.340.302 em fevereiro, R$ 1.334.079 em março, e R$ 1.336.394 previsto para abril.
Segundo ele, são gastos mensalmente R$ 600 mil com água e esgoto, R$ 465 mil com energia elétrica e R$ 300 mil com telefone.



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