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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Membros da comissão da Câmara de Campinas culpam legislação atual por irregularidades
CEI livra vereadores de fraudes no IPTU
GUSTAVO PORTO
free-lance para a Folha Campinas
Os cinco integrantes da CEI
(Comissão Especial de Inquérito) que investiga irregularidades nos processos de revisão do IPTU (Imposto Predial e
Territorial Urbano) de Campinas
negaram, em entrevista à Folha, a
participação de vereadores nos casos.
Os vereadores propuseram uma
revisão na legislação atual para
evitar fraudes e culparam a Avesp,
empresa de consultoria contratada
pelas empresas beneficiadas, além
de funcionários e ex-funcionários
públicos.
A CEI promete entregar um relatório final com as conclusões até o
próximo dia 24. As punições jurídicas serão sugeridas ao Ministério Público.
Os prejuízos ainda não foram
contabilizados, mas, somente com
os 16 primeiros casos que deram
origem às investigações, a prefeitura deixou de arrecadar R$ 11 milhões ao efetuar reduções.
Segundo o relator da comissão,
vereador Luis Yabiku (PPB), ficou
claro que não houve participação
dos vereadores Antonio Rafful
(PPB) e João Dirani Júnior (PRP)
nos processos.
No entanto, ele não descarta algum tipo de punição pelas atitudes
tomadas pelos vereadores. "Isso
será estudado com o Rossini (Luiz
Carlos, corregedor legislativo). O
que tiver de ser feito, vai ser feito."
Para o vereador Donizeti Donaire (PPS), durante os depoimentos
ficou claro que houve um esquema
montado premeditadamente,
principalmente com a nomeação
de Cássio Ailton Ferreira, ex-diretor do DCCA (Departamento de
Cobrança e Controle de Arrecadação) de 93 a 94. "O processo termina no ex-diretor do DRI (Departamento de Receitas Imobiliárias)
José Humberto Rodrigues de Freitas e no engenheiro Antonio Sérgio Assunção Tavares", disse.
Freitas foi demitido por avalizar
os processos irregulares junto de
Tavares, investigado por meio de
um inquérito administrativo.
Para o vereador Sérgio Benassi
(PC do B), além dos diretores
"existe ainda um sistema de funcionários subalternos que agiram
produzindo ilegalidades, que determinavam vantagens, e a participação de agentes externos, materializados na Avesp." Para ele, é
preciso revisar a lei tributária, o
mapa de valores e ainda fazer um
pente fino no organograma da Secretaria das Finanças.
Além de ter a mesma opinião dos
outros vereadores com relação aos
culpados, Dário Saadi (PSDB) disse que entende que os processos de
avaliação dos laudos devem ser
controlados rigidamente. "Foi
nesse ponto que houve o maior número de fraudes. Os processos
eram resolvidos por duas pessoas,
muitas vezes sem passar pelos secretários", afirmou.
O presidente da CEI, Francisco
Sellin (PFL), afirmou que haverá
punição judicial e criminal. "Só
que isso não compete a mim nem à
CEI, e sim à Justiça."
A Avesp e os envolvidos foram
procurados desde quinta-feira
passada pela Folha, mas não se
manifestaram. Em depoimentos à
CEI, todos negaram as irregularidades apontadas.
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