Campinas, Sábado, 11 de setembro de 1999

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ADMINISTRAÇÃO
Prefeito acata medida de líder do governo e diz que espera ajuda de críticos
Chico recua e retira projetos de concessões da Sanasa e limpeza

GUSTAVO PORTO
da Folha Campinas

O prefeito de Campinas, Francisco Amaral (PPB), retirou ontem da Câmara Municipal os projetos de lei de concessão ao setor privado do sistema de limpeza urbana, do fornecimento e saneamento de água e esgoto e da extinção da Sanasa (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A).
Chico foi convencido pelo líder do governo na Câmara, vereador Roberto Mingone (PFL), de que os projetos são impopulares, corriam o risco de ser derrubados e já tinham votos contrários mesmo entre vereadores governistas.
Mingone afirmou que no início da tarde protocolou o requerimento pedindo a retirada do projeto sem que o prefeito tivesse conhecimento. No final da tarde de ontem, Chico informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que acatou as ponderações do líder do governo e retirou os projetos.
O vereador afirmou que não consultou o prefeito para retirar os projetos, pois tinha a autorização do próprio Chico quando assumiu a liderança.
"Eu tinha a liberdade para tomar a decisão em relação a qualquer projeto na Câmara Municipal. Diante da polêmica e das dúvidas levantadas, resolvi solicitar a retirada", afirmou o líder do governo.
O presidente da Sanasa, Roberto Corchetti Bueno, genro do prefeito e um dos maiores defensores do projeto, não se pronunciou em relação à decisão de Chico e de Mingone.
Sem citar nomes, o líder do governo afirmou esperar que, a partir da decisão tomada, os críticos à concessão dos projetos contribuam para que a administração seja viabilizada.
"Os grandes devedores poderiam pagar as dívidas que possuem com a prefeitura e com a Sanasa. Sugiro também que os políticos ligados à cidade e que também fizeram críticas, contribuam trabalhando para trazer recursos para Campinas", disse.
Há dez dias, a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) se posicionou contrariamente ao projeto e, como resposta, a prefeitura cobrou na Justiça uma dívida de R$ 14 milhões que a universidade teria com a Sanasa.
O reitor da Unicamp, Hermano Tavares, afirmou anteontem à Folha que não reconhece a dívida. Além da Unicamp, o deputado federal Hélio de Oliveira Santos (PDT) e os estaduais Petterson Prado (PDT), Renato Simões (PT) e Carlos Sampaio (PSDB) se manifestaram contrariamente às concessões da Sanasa e da limpeza urbana.



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