|
Próximo Texto | Índice
ADMINISTRAÇÃO
Vereador Antonio Rafful (PPB) continua no cargo até o prefeito conseguir convencer substituto
Crise faz aliados rejeitarem liderança de governo e Chico mantém interino
GUSTAVO PORTO
da Folha Campinas
Cinco dos seis vereadores que
ainda apóiam o prefeito Francisco Amaral (PPB) rejeitaram a liderança do governo na Câmara.
Antonio Rafful (PPB), sexto vereador que compõe a base de
apoio de Chico, renunciou ao cargo de líder na última sexta-feira.
Eles culpam, principalmente, as
crises econômica e política no governo. Rafful continua como líder
interino a pedido de Chico.
A administração enfrenta hoje
uma série de denúncias de irregularidades, tem uma dívida de R$
500 milhões (metade dela a curto
prazo), um déficit de R$ 11,7 milhões mensais e não paga em dia
há três meses consecutivos os salários dos servidores.
A crise se tornou política quando a Câmara rejeitou, por 14 votos
a 6, o projeto de Chico que cortava todos os benefícios, reduzia a
jornada e os salários dos servidores em até 25%.
A derrota de Chico terminou
com a saída de Rafful da liderança. O líder do governo na Câmara
é o responsável por ser o elo entre
o Executivo e o Legislativo e encaminhar e articular a aprovação de
projetos.
Os dois vereadores mais cotados ao cargo, Roberto Mingone
(PFL) e Sebastião dos Santos,
apresentaram motivos diferentes
para não aceitar a liderança.
"Em princípio eu não quero e
não fui convidado ainda para o
cargo. Há uma falta de diálogo entre o governo e a Câmara e isso é
fundamental", disse Santos.
Ele sugeriu que Mingone aceitasse o cargo. "Eu nem fui convidado e não vou opinar sobre o assunto. Para ser líder é preciso ter
condições", disse Mingone.
A maior barreira para Mingone
aceitar o cargo é o fato de ele ser
pré-candidato à prefeito. A liderança de um governo em crise
prejudicaria seu projeto.
Já os outros dois vereadores do
PPB Pedro Serafim e Luis Yabiku
se negam a assumir o cargo e nem
pensam no convite.
"Quem quer ser líder do governo em uma crise como essa? Eu
não aceitaria o cargo", afirmou
Serafim, que ocupa a liderança do
PPB na Câmara.
Já Yabiku alega que não tem capacidade para ocupar o cargo. "É
óbvio que a liderança tem coisas
boas e ruins, dependendo da situação do governo. Na atual situação, é difícil alguém querer ser
líder", afirmou.
Luiz Carlos Rossini (PMDB),
que apoiou o prefeito na última
votação, afirmou que nem pensa
em ocupar o cargo por ser do partido do vice-prefeito, Carlos Cruz,
e por ter outros compromissos.
O prefeito se nega a falar com a
Folha desde sexta-feira.
Próximo Texto | Índice
|