Campinas, Quinta, 12 de agosto de 1999

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ADMINISTRAÇÃO
Vereador Antonio Rafful (PPB) continua no cargo até o prefeito conseguir convencer substituto
Crise faz aliados rejeitarem liderança de governo e Chico mantém interino

GUSTAVO PORTO
da Folha Campinas

Cinco dos seis vereadores que ainda apóiam o prefeito Francisco Amaral (PPB) rejeitaram a liderança do governo na Câmara.
Antonio Rafful (PPB), sexto vereador que compõe a base de apoio de Chico, renunciou ao cargo de líder na última sexta-feira.
Eles culpam, principalmente, as crises econômica e política no governo. Rafful continua como líder interino a pedido de Chico.
A administração enfrenta hoje uma série de denúncias de irregularidades, tem uma dívida de R$ 500 milhões (metade dela a curto prazo), um déficit de R$ 11,7 milhões mensais e não paga em dia há três meses consecutivos os salários dos servidores.
A crise se tornou política quando a Câmara rejeitou, por 14 votos a 6, o projeto de Chico que cortava todos os benefícios, reduzia a jornada e os salários dos servidores em até 25%.
A derrota de Chico terminou com a saída de Rafful da liderança. O líder do governo na Câmara é o responsável por ser o elo entre o Executivo e o Legislativo e encaminhar e articular a aprovação de projetos.
Os dois vereadores mais cotados ao cargo, Roberto Mingone (PFL) e Sebastião dos Santos, apresentaram motivos diferentes para não aceitar a liderança.
"Em princípio eu não quero e não fui convidado ainda para o cargo. Há uma falta de diálogo entre o governo e a Câmara e isso é fundamental", disse Santos.
Ele sugeriu que Mingone aceitasse o cargo. "Eu nem fui convidado e não vou opinar sobre o assunto. Para ser líder é preciso ter condições", disse Mingone.
A maior barreira para Mingone aceitar o cargo é o fato de ele ser pré-candidato à prefeito. A liderança de um governo em crise prejudicaria seu projeto.
Já os outros dois vereadores do PPB Pedro Serafim e Luis Yabiku se negam a assumir o cargo e nem pensam no convite.
"Quem quer ser líder do governo em uma crise como essa? Eu não aceitaria o cargo", afirmou Serafim, que ocupa a liderança do PPB na Câmara.
Já Yabiku alega que não tem capacidade para ocupar o cargo. "É óbvio que a liderança tem coisas boas e ruins, dependendo da situação do governo. Na atual situação, é difícil alguém querer ser líder", afirmou.
Luiz Carlos Rossini (PMDB), que apoiou o prefeito na última votação, afirmou que nem pensa em ocupar o cargo por ser do partido do vice-prefeito, Carlos Cruz, e por ter outros compromissos.
O prefeito se nega a falar com a Folha desde sexta-feira.



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