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SUSPEITA
Possível irregularidade em clínica de oftalmologia é investigada pela
Secretaria Municipal da Saúde
Saúde apura cobrança irregular
RICARDO BRANDT
free-lance para a Folha Campinas
A Secretaria Municipal da Saúde de Campinas investiga a possível cobrança irregular de pacientes do SUS (Sistema Único de
Saúde) pela Clínica de Olhos Raskin, em Campinas.
A Coordenadoria de Avaliação
e Controle da secretaria abriu ontem um processo investigatório.
A medida foi tomada após a secretaria ter recebido denúncias de
usuários do SUS.
Eles passaram por operações de
pterígio (para a retirada de uma
membrana do olho) e tiveram de
fazer sessões de tratamento pós-operatório.
As sessões são cobertas pelo
SUS e deveriam ser realizadas
sem nenhuma cobrança.
A diretora do Departamento de
Gestão e Planejamento, Cecília
Piovezan, disse que os usuários
afirmaram que a clínica estava cobrando R$ 30 para a realização de
uma série de cinco sessões.
"Recebemos a denúncia de que
estavam cobrando por algo pago
pelo SUS", disse Cecília.
A diretora é responsável pelas
investigações e afirmou ontem
que dois auditores da secretaria
estarão fazendo um levantamento nos registros de atendimento.
O levantamento é necessário
para saber quantos atendimentos
foram feitos pelo SUS e servirá de
contraponto para a defesa da direção do instituto.
Outro Lado
O diretor clínico da Raskin, Simão Raskin, reconheceu que tenha cobrado de "alguns" pacientes pelas sessões.
No entanto, o diretor afirmou
que fez a cobrança porque tinha
excedido o limite do SUS.
Segundo a secretaria, a clínica
tem convênio com dois hospitais,
Beneficência Portuguesa e Albert
Sabin, que não fazem atendimentos de oftalmologia.
Simão Raskin disse que o credenciamento do hospital Albert
Sabin foi rompido há cerca de um
mês.
A Secretaria da Saúde não confirmou a informação. Segundo
Cecília, a clínica Raskin pode oferecer cerca de 750 sessões para os
pacientes.
O diretor da clínica afirmou que
atualmente o repasse do SUS cobre apenas 379 sessões.
Desde julho, as sessões cobertas
pela verba do SUS foram reduzidas para 379, segundo disse Raskin.
"O que excede esse número está
sendo cobrado", afirmou o diretor. Em junho, 431 sessões deixaram de ser pagas, de acordo com
ele.
A diretora da secretaria disse
que, mesmo que o número de
atendimentos estivesse excedido,
o procedimento de cobrança continua sendo ilegal.
"Se realmente houve excesso, a
direção da clínica deveria ter comunicado à secretaria", afirmou
Cecília.
Caso seja comprovada a cobrança ilegal, a Clínica Raskin
perderá o convênio, segundo a segundo a secretaria.
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