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SAÚDE
Quatro vítimas estão em Campinas e duas em Sumaré; há suspeita de poliomielite, erradicada no país
DIR apura paralisia infantil na região
DENIZE ASSIS
free-lance para a Folha Campinas
A DIR-12 (Direção Regional de
Saúde) investiga seis casos suspeitos de paralisia infantil.
A Secretaria da Saúde de Campinas também investiga quatro
casos registrados na cidade. Outros dois ocorreram em Sumaré
(26 km de Campinas).
Há vários tipos de paralisia infantil. Um deles é a poliomielite,
que é uma doença grave, pode
deixar sequelas e até provocar a
morte.
A Secretaria da Saúde de Campinas descartou a hipótese de três
suspeitas serem poliomielite.
Segundo a DIR-12, os dois casos
de Sumaré ainda estão sendo investigados, junto de um outro de
Campinas.
Apesar de a Secretaria da Saúde
de Campinas ter descartado a poliomielite em três casos, a DIR-12
ainda investiga a possibilidade.
Todos os casos foram notificados neste ano.
O último caso de poliomielite
em Campinas ocorreu há 17 anos.
No Estado de São Paulo, o último
caso foi registrado em 1988. Em
94, o Brasil recebeu da OMS (Organização Mundial de Saúde) o
certificado de erradicação da
doença.
A suspeita de que a doença esteja de volta aumenta a responsabilidade dos pais e profissionais de
Saúde sobre a Campanha Nacional de Multivacinação, que acontece amanhã.
As autoridades também estão
em alerta devido à epidemia de
poliomielite que atinge Angola,
na África do Sul. O país está em
guerra civil e muitos angolanos
têm migrado para o Brasil, segundo a DIR-12.
Em 98, Campinas notificou apenas um caso. A DIR-12, que
abrange 38 municípios, registrou
oito casos no ano passado.
O número de casos investigados
pela DIR-12 em 98 indica que a
doença não está sendo notificada
aos serviços de Saúde.
A OMS recomenda que seja investigado um caso para cada 100
mil habitantes.
A confirmação da doença pode
levar de nove meses a um ano.
A poliomielite é causada por vírus. Os primeiros sintomas são
semelhantes aos da gripe, associados à paralisia dos membros. A
doença é transmitida pela via oral
e pelas fezes.
A médica sanitarista da secretaria, Naoko Silveira, disse que a
doença é tratada antes mesmo da
confirmação. Segunda ela, os casos notificados neste ano estão
dentro do esperado.
"No entanto, é importante que
os pais saibam que o risco existe.
Por isso, é imprescindível estar
em dia com a vacinação e levar as
crianças para serem imunizadas
no sábado", disse.
A enfermeira da DIR-12 Brigina
Kemp informou que a meta é vacinar 95% das crianças de até 5
anos.
"A criança deve ser levada para
vacinar mesmo que esteja com
gripe ou tosse", disse. Segundo
Brigina, nestes casos, a criança será avaliada por um profissional de
Saúde.
A vacinação de sábado será realizada das 8h às 17h. As crianças
serão imunizadas contra poliomielite, sarampo, difteria, tétano,
coqueluche, sarampo, caxumba,
rubéola, hepatite B e tuberculose.
A Campanha Nacional de Multivacinação é realizada duas vezes
por ano.
Na última campanha, a cobertura da DIR-12 atingiu 80% das
crianças. A cobertura ideal deve
atingir 95%.
Além da participar das campanhas de vacinação, qualquer
criança deve tomar três doses da
vacina contra a poliomielite até o
primeiro ano de vida.
Aos 15 meses, ela recebe outra
dose, além do reforço aos 5 anos.
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