Campinas, Sexta, 13 de agosto de 1999

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SAÚDE
Quatro vítimas estão em Campinas e duas em Sumaré; há suspeita de poliomielite, erradicada no país
DIR apura paralisia infantil na região

DENIZE ASSIS
free-lance para a Folha Campinas

A DIR-12 (Direção Regional de Saúde) investiga seis casos suspeitos de paralisia infantil.
A Secretaria da Saúde de Campinas também investiga quatro casos registrados na cidade. Outros dois ocorreram em Sumaré (26 km de Campinas).
Há vários tipos de paralisia infantil. Um deles é a poliomielite, que é uma doença grave, pode deixar sequelas e até provocar a morte.
A Secretaria da Saúde de Campinas descartou a hipótese de três suspeitas serem poliomielite.
Segundo a DIR-12, os dois casos de Sumaré ainda estão sendo investigados, junto de um outro de Campinas.
Apesar de a Secretaria da Saúde de Campinas ter descartado a poliomielite em três casos, a DIR-12 ainda investiga a possibilidade.
Todos os casos foram notificados neste ano.
O último caso de poliomielite em Campinas ocorreu há 17 anos. No Estado de São Paulo, o último caso foi registrado em 1988. Em 94, o Brasil recebeu da OMS (Organização Mundial de Saúde) o certificado de erradicação da doença.
A suspeita de que a doença esteja de volta aumenta a responsabilidade dos pais e profissionais de Saúde sobre a Campanha Nacional de Multivacinação, que acontece amanhã.
As autoridades também estão em alerta devido à epidemia de poliomielite que atinge Angola, na África do Sul. O país está em guerra civil e muitos angolanos têm migrado para o Brasil, segundo a DIR-12.
Em 98, Campinas notificou apenas um caso. A DIR-12, que abrange 38 municípios, registrou oito casos no ano passado.
O número de casos investigados pela DIR-12 em 98 indica que a doença não está sendo notificada aos serviços de Saúde.
A OMS recomenda que seja investigado um caso para cada 100 mil habitantes.
A confirmação da doença pode levar de nove meses a um ano.
A poliomielite é causada por vírus. Os primeiros sintomas são semelhantes aos da gripe, associados à paralisia dos membros. A doença é transmitida pela via oral e pelas fezes.
A médica sanitarista da secretaria, Naoko Silveira, disse que a doença é tratada antes mesmo da confirmação. Segunda ela, os casos notificados neste ano estão dentro do esperado.
"No entanto, é importante que os pais saibam que o risco existe. Por isso, é imprescindível estar em dia com a vacinação e levar as crianças para serem imunizadas no sábado", disse.
A enfermeira da DIR-12 Brigina Kemp informou que a meta é vacinar 95% das crianças de até 5 anos.
"A criança deve ser levada para vacinar mesmo que esteja com gripe ou tosse", disse. Segundo Brigina, nestes casos, a criança será avaliada por um profissional de Saúde.
A vacinação de sábado será realizada das 8h às 17h. As crianças serão imunizadas contra poliomielite, sarampo, difteria, tétano, coqueluche, sarampo, caxumba, rubéola, hepatite B e tuberculose.
A Campanha Nacional de Multivacinação é realizada duas vezes por ano.
Na última campanha, a cobertura da DIR-12 atingiu 80% das crianças. A cobertura ideal deve atingir 95%.
Além da participar das campanhas de vacinação, qualquer criança deve tomar três doses da vacina contra a poliomielite até o primeiro ano de vida.
Aos 15 meses, ela recebe outra dose, além do reforço aos 5 anos.



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