Campinas, Sexta-feira, 14 de Julho de 2000


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Abismo separa extremos da escala

DA FOLHA CAMPINAS

Como se verifica nas demais grandes cidades, em Campinas é visível o abismo que separa os dois extremos da escala social.
Nas correntes migratórias atuais também pode se perceber os extremos da pirâmide social.
Vinda da Bahia após uma transferência conquistada em 92, a executiva da Robert Bosch Divisão Bosch Freios Ivna Becker chegou a Campinas em busca de ascensão na carreira profissional e diz que hoje não pensa em se mudar da cidade.
"As pessoas podem até não perceber, mas Campinas tem boa educação e tem um trabalho comunitário importante", disse.
Ivna acredita que as migrações enriquecem a cidade, pois "reciclam os valores e abrem oportunidades para o mercado".
No lado inverso da estratificação de classes sociais, está o catador Teófilo Orlando Serra, 75, que chegou da Bahia há três anos e diz que trabalhou "em todo tipo de serviço".
Em busca de condições melhores de vida, saiu do nordeste em direção a Campinas, onde conseguiu um barraco na maior área de ocupação, o Parque Oziel.
Hoje, empurra todo dia uma carriola pelas ruas da cidade catando papelão e outros materiais para vender para um ferro-velho.

Oferta
A boa oferta das indústrias, que chegavam na cidade e ainda dependiam quase que totalmente da mão-de-obra em suas linhas de produção, impulsionou as frentes migratórias que, na década de 70, chegavam a Campinas em busca de emprego e condições melhores de vida.
Com a mecanização da indústria e recentemente a robotização, o perfil do migrante de Campinas mudou.
Segundo a pesquisadora do Nepo da Unicamp, Rosana Baeninger, o perfil do migrante hoje basicamente pode ser dividido em dois. Entre as migrações interestaduais, destacam-se nordestinos e pessoas com nível superior de ensino, consideradas mão-de-obra especializada.
Segundo ela, os primeiros trabalham no mercado informal. Os especializados chegam com vaga definida no mercado e são disputados pelas empresas locais.


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