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VIOLÊNCIA
Os 129 detentos da cadeia da cidade se amotinaram após tentativa frustrada de fuga; carcereira feriu-se durante motim
Rebelião de 5 h deixa um ferido em Sumaré
ADEMAR MARTINS FERREIRA
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS
Os 129 presos da Cadeia de Sumaré (28 km de Campinas) fizeram um carcereiro refém e se rebelaram por cinco horas ontem,
após tentativa frustrada de fuga.
No motim, que destruiu parcialmente a unidade, uma carcereira
ficou ferida.
Segundo o diretor da cadeia, Pedro Cortegoso, 34, a rebelião começou por volta das 9h de ontem.
Armados com um revólver, os
presos dominaram o carcereiro
Moisés Garcia quando ele abria as
celas para o banho de sol.
Com o carcereiro feito refém, os
detentos tentaram obrigar uma
carcereira a abrir as duas grades
que dão acesso à rua para promover uma fuga em massa.
Quando a carcereira iria abrir a
primeira das grades, ela pulou
atrás de uma mesa e acionou a segurança externa, segundo o diretor da cadeia. Na ação, ela feriu o
braço e a mão direitos.
Os detentos deram dois tiros,
mas não acertaram a carcereira,
que acionou o alarme. Impedidos
de fugir, os presos iniciaram a rebelião, quebrando camas e queimando colchões.
Durante o motim, os presos rebelados pegaram dois revólveres e
uma espingarda calibre 12 usados
pelos carcereiros.
Cerca de cem policiais da DIG
(Delegacia de Investigações Gerais) e do POE (Pelotão de Operações Especiais), da Polícia Militar
de Americana, ficaram de prontidão em frente à cadeia.
Por volta das 12h30, começou
uma reunião entre a direção da
cadeia e dois representantes dos
presos amotinados, conhecidos
como Carlos e Moacir, segundo o
delegado da DIG de Americana,
Cláudio Eduardo Navarro.
Por volta das 13h30, os presos
decidiram liberar o carcereiro e
entregar as armas. Os detentos
devem ser transferidos hoje devido à superlotação da unidade. A
secretaria da Segurança Pública
vai definir o local, segundo o delegado. O nome da carcereira não
foi divulgado. O diretor da cadeia
informou que vai abrir inquérito
para apurar a entrada da arma nas
celas.
Ao fim da rebelião, os presos reclamaram que chegam a ficar seis
dias sem sair de suas celas e que
não têm acesso à TV desde dezembro do ano passado.
Outras reclamações dos detentos são quanto à morosidade da
Justiça e à precariedade do atendimento de saúde dentro do presídio. O diretor da Cadeia de Sumaré disse que os presos reclamam
sem motivo. "Os presos não saem
para o banho de sol nos fins de semana por causa do pequeno efetivo para fazer a segurança", disse
Pedro Cortegoso. A cadeia tem
capacidade para 24 detentos.
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