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CAMPINAS, 227 ANOS
Região norte da cidade abriga diversas empresas e um centro de pesquisas do setor de alta tecnologia
Região é considerada o "Vale do Silício"
FREE-LANCE PARA FOLHA CAMPINAS
Um novo centro de desenvolvimento passou a ser formado na
década de 90 na alça norte da malha rodoviária de Campinas, com
a instalação de empresas de alta
tecnologia, abertura de condomínios e loteamentos de classe alta e
um novo shopping center.
A região norte da cidade, ao lado do parque industrial de Jaguariúna (29 km de Campinas), por
causa das empresas, é chamada
de Vale do Silício brasileiro.
A denominação é uma referência à região do Estado da Califórnia que concentra as empresas de
informática dos EUA, onde os fabricantes de computadores, programadores e empreendedores
da internet definem os rumos da
nova economia mundial.
A consolidação do novo pólo de
alta tecnologia é estimulada pela
retomada das obras do anel viário, que prevê ligação da rodovia
D. Pedro 1º com o sistema Anhanguera/Bandeirantes.
A região norte de Campinas
ainda tem os campi da PUC-Campinas (Pontifícia Universidade Católica) e da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas),
além de centros de desenvolvimento de tecnologia como o
CPqD (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento) e o Laboratório
Nacional de Luz Síncrotron.
O Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados) estima em cerca de R$ 2 bilhões o total de investimentos trazidos para
Campinas e região no setor de informática e telecomunicações,
desde 1995.
Outro estímulo para a instalação dessas empresas foi a privatização do sistema de telefonia, em
1998. Com a perda do mercado
cativo mantido com a Telebrás, o
CPqD foi obrigado a redirecionar
seu trabalho, ameaçado pela concorrência das multinacionais instaladas na vizinhança.
Levantamento da Secretaria
Municipal de Cooperação Internacional concluiu que São José
dos Campos, no Vale do Paraíba,
recebeu o dobro dos investimentos "per capita" recebidos por
Campinas, segundo o secretário
Rogério Cezar de Cerqueira Leite.
Segundo ele, a cidade recebeu
cerca de US$ 920 milhões nos últimos dois anos. Os investimentos
"per capita" feitos em Jaguariúna,
segundo o estudo, também superam Campinas, sede da RMC (Região Metropolitana de Campinas).
Jaguariúna recebeu 45 vezes
mais investimentos do que Campinas, segundo Leite.
As cidades que ocupam a área
da RMC movimentam anualmente pelo menos R$ 17,2 bilhões
-10,26% do PIB (Produto Interno Bruto) do Estado.
Campinas tem um Orçamento
de R$ 764 milhões para este ano e
arrecada R$ 220 milhões por ano
com ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).
Ao todo, a cidade tem cerca de 50
multinacionais e 400 outras empresas, que movimentam R$ 60
bilhões ao ano.
Um pacote de medidas na área
fiscal deve contemplar as áreas de
informática, telecomunicações,
química fina e biologia molecular,
segundo a prefeitura.
A oferta de benefícios fiscais é
coibida pela LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), que exige da
prefeitura a indicação de fontes
alternativas para casos de "renúncia" fiscal.
O sociólogo do trabalho e professor da Unicamp Ricardo Antunes disse que as empresas da nova
economia trabalham com decisões muito rápidas, como a possibilidade de transferir suas unidades para outros países.
"As decisões são conferidas nas
bolsas de valores, que registram
os fluxos de capital de um centro
para outro", disse.
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