GUSTAVO PORTO
da Folha Campinas
MARINA AVANCINI
da Redação

O prefeito de Campinas, Francisco Amaral (PPB), definiu ontem que o vereador Roberto Mingone (PFL) será o novo líder do seu governo na Câmara Municipal.
A medida, que deve ser comunicada até segunda-feira aos outros vereadores, ameaça o cargo dos secretários dos Transportes, Amando de Queiroz Telles Coelho, e das Finanças, Álvaro César Iglesias.
Os dois são desafetos de Mingone e receberam críticas abertas do novo líder. A Folha apurou que o vereador condicionaria a aceitação do cargo à troca dos dois secretários.
O vereador não foi localizado durante todo o dia de ontem, mas a definição de Chico foi confirmada pelo seu consultor político, José Eduardo de Faro Freire.

Substituição
Mingone foi escolhido para substituir Antonio Rafful (PPB), que ocupava a liderança de governo desde o início do atual mandato, em 97.
Ele deixou o cargo há nove dias, quando o prefeito sofreu sua maior derrota na Câmara.
No último dia 6, o projeto do prefeito que cortava benefícios, salários e jornadas dos servidores foi rejeitado na Câmara por 14 votos a 6.
Com exceção de Rafful, os cinco vereadores que votaram com o prefeito se tornaram candidatos a líder.
Em uma reunião anteontem, no escritório político de Mingone, os vereadores governistas enviaram os nomes de Sebastião dos Santos (PSL) e do próprio vereador do PFL para que o prefeito escolhesse o novo líder.
Chico definiu que Mingone será o líder e Santos o vice-líder. A avaliação do grupo de apoiadores do prefeito era de que o nome ideal era o de Luiz Carlos Rossini (PMDB), mas o fato de ele ser do partido do vice-prefeito, Carlos Cruz, poderia causar uma má impressão junto à Câmara.
Cruz considerou a escolha de Mingone um fato normal. "O Mingone faz parte do bloco de sustentação do prefeito. Por isso, aprovo a escolha. Além disso, ele é um vereador competente e vai ajudar o governo", afirmou.
De acordo com Cruz, a escolha do líder diz respeito apenas ao prefeito.
Quanto à possível negociação de substituição de secretários, Cruz disse que não aprova e afirma desconhecer o fato.
"Esse tipo de medida cabe apenas ao prefeito e não ao líder", afirmou o vice-prefeito.
Cruz tem afirmado ser a favor da saída do secretário das Finanças. "Mesmo assim, essa decisão tem de partir do Chico (Amaral). Acredito que há um erro de condução política na Secretaria das Finanças", disse.
Quanto à Secretaria dos Transportes, Cruz afirmou que não vê problemas na condução da Pasta e por isso é contra a saída de Coelho, que também preside a Emdec (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas).
"No entanto, volto a afirmar, essa decisão cabe ao prefeito", afirmou.

Secretários
Coelho, que é o principal desafeto de Mingone na administração, também não foi encontrado ontem à noite pela Folha. Sua assessoria de imprensa informou que ele não deverá fazer comentários políticos.
O secretário das Finanças está em viagem para Fortaleza, segundo seus familiares, e não foi localizado pela Folha para comentar a escolha do novo líder.



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