Campinas, Sábado, 14 de agosto de 1999

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Corte chegaria a R$ 5 mi
Chico quer reduzir valor da merenda

Marcos Peron - 13.jul.99/Folha Imagem
Crianças comem merenda na Cemei Maria Aparecida Vilela


free-lance para a Folha Campinas

O prefeito de Campinas, Francisco Amaral (PPB), pretende reduzir em até R$ 5 milhões o contrato feito com as empresas que fornecem merenda escolar para as 441 escolas e creches das redes estadual e municipal de ensino.
A medida será tomada assim que as duas auditorias que estão sendo feitas forem encerradas, segundo a Folha apurou.
Atualmente, a prefeitura gasta R$ 20,9 milhões por ano com as empresas, contra os R$ 9,8 milhões consumidos em 97, antes da terceirização.
As empresas fornecedoras de merenda foram procuradas pela Folha, mas não responderam aos recados.
Hoje, as cinco empresas fornecedoras de merenda publicam um comunicado explicando quais as supostas vantagens obtidas com a terceirização.
Elas alegam que o número de funcionários aumentou, a qualidade do alimento melhorou e que a terceirização reduziu o desabastecimento.
Segundo o comunicado, o valor unitário da merenda, previsto por uma auditoria feita antes da terceirização, era de R$ 0,83. Hoje, o valor pago é de R$ 0,60.
Só que a auditoria feita antes da terceirização está sendo investigada pelas outras duas auditorias e pela CEI (Comissão Especial de Inquérito) da Câmara que apura supostas irregularidades nas finanças municipais.
Durante as investigações, foi constatado que a prefeitura não possui um controle no fornecimento das merendas, o que pode proporcionar um pagamento acima do número de refeições consumidas.
Constatou ainda, segundo documentos enviados pela própria prefeitura, que pode haver um superfaturamento de até R$ 9,8 milhões no contrato.
O presidente da CEI, vereador Carlos Signorelli (PT), contestou todas as informações prestadas pelas empresas. "As empresas estão justificando um valor que vem sendo pago com informações irreais, a merenda chega nas escolas em quantidades superiores e é desperdiçada", afirmou.
Segundo ele, não houve melhoria. "O cardápio é o mesmo e a prefeitura continua fornecendo os equipamentos para que as empresas façam os alimentos. Portanto, não pode ter havido uma melhora", afirmou Signorelli.
O secretário da Administração, Jerônymo Nazário Júnior, afirmou que só vai se pronunciar sobre o assunto assim que as auditorias forem concluídas, o que deve ocorrer até o fim do mês.
Mas, segundo ele, o comunicado das empresas terceirizadas será enviado para as auditorias.
O secretário da Educação, Alcides Mamizuka, não foi localizado ontem pela Folha. Ele sempre negou as irregularidades.



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