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Ex-detento sofre com o preconceito
free-lance para a Folha Campinas
O gerente administrativo da Sanito Indústria e Comércio Ltda.,
Cláudio Marques, disse acreditar
que a falta de divulgação na mídia
sobre o trabalho de presos ajuda
na formação do preconceito dos
que já cumpriram pena.
"Esse tipo de trabalho que os
presos fazem deveria ser mais explorado pela mídia. Esse nosso
exemplo serve para a redução da
violência", disse Marques.
O diretor-geral do Presídio Professor Ataliba Nogueira, Marco
Antonio Feitosa, disse acreditar
existir ainda o preconceito de empresas diante de um ex-presidiário.
Segundo Feitosa, não há uma
estatística sobre quantos ex-detentos voltam ao crime, mas na
opinião dele, quem não arruma
emprego após a pena tem a tendência maior de reincidência.
"A tendência é que muitos deles
arrumam emprego porque saem
daqui com um ritmo de trabalho
familiarizado, mas há o problema
do preconceito social", disse o diretor-geral.
Na maioria das vezes, é a direção da unidade de reclusão quem
procura os empresários para o
convênio.
Aceito pela empresa, o interno
passa por uma série de entrevistas
de equipe multidisciplinar para
saber se está apto a trabalhar dentro ou fora do presídio.
Se o detento não está empregado nas empresas, ele trabalha na
manutenção da unidade.
Assim que chega ao Ataliba Nogueira, o interno recebe sua função interna em no máximo três
dias.
Ocupação
Para o presidiário Osório Lopes,
se após o cumprimento da pena
alguém der chances para um ex-detento mostrar quem é, o preconceito é vencido.
"Se você mostrar quem é, não
tem preconceito", disse.
O detento Carlos Marcos Miguel, 40, disse ver o preconceito
de outra forma.
Para ele, nem todo mundo vê
com bons olhos alguém com o
passado marcado por um crime.
Miguel tem uma oficina mecânica para administrar quando
conquistar a liberdade.
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