Campinas, Sexta-feira, 18 de Agosto de 2000


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Campanha adia alta de tarifa no Vale

DA FOLHA VALE

Em ano eleitoral, os prefeitos das maiores cidades do Vale do Paraíba que são candidatos à reeleição decidiram não conceder reajuste nas tarifas de ônibus, que geralmente acontece nos meses de agosto e setembro de cada ano.
Em 99, entre o final de agosto e o início de setembro, reajustaram as tarifas do transporte coletivo as prefeituras de São José dos Campos, Taubaté, Pindamonhangaba, Caçapava e Ubatuba.
Neste ano, nenhuma dessas prefeituras estuda o reajuste da tarifa, apesar de o aumento do óleo diesel acumulado nos últimos 12 meses chegar a 29,18%, segundo a FGV (Fundação Getúlio Vargas), e de os salários dos motoristas e cobradores ter crescido 5,44% no período.
O argumento do reajuste do combustível, por exemplo, foi usado pelo prefeito de São José, Emanuel Fernandes (PSDB), há duas semanas, para autorizar aumento de 33,33% na tarifa de táxi. Anteontem, durante o anúncio do passe-integração, o secretário dos Transportes de São José, Eduardo Cury, disse que "não há possibilidade nem remota de haver reajuste na tarifa neste ano".
O prefeito Emanuel Fernandes (PSDB), candidato à reeleição, disse que só mexeu na tarifa até hoje quando houve pressão de custos. "A tarifa de São José já é cara e é um fator decisivo no orçamento familiar", disse. Segundo ele, não existe pressão de custos suficiente no momento que justifique um aumento de preços da passagem de ônibus.
Se não houver reajuste, será a primeira vez que isso ocorre em um ano desde 95.
No ano passado, São José, Taubaté e Pinda, três das quatro maiores cidades do Vale, concederam reajuste médio de 20% nas tarifas, quase o dobro do IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) acumulado em 12 meses, que foi de 10,83%.
O argumento principal foi a pressão dos preços de combustíveis e de insumos.
Além de não conceder reajuste nas tarifas, os prefeitos das duas maiores cidades -São José e Taubaté- anunciaram melhorias no transporte coletivo, como o metrô de superfície, em Taubaté, e o passe-integração, em São José dos Campos.
As prefeituras alegam que não concederão reajuste também por que isso não foi solicitado pelas empresas de transporte coletivo.
"Os reajustes são provocados quando as empresas solicitam", disse o diretor do Departamento de Planejamento da Prefeitura de Taubaté, Luiz Carlos Pompeu.
O diretor da Costamar Transportes, que faz o transporte coletivo de Ubatuba, José Lúcio Amaral Galvão Nunes, disse que a empresa está tentando conter despesas para evitar mexer nas tarifas.


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