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COMBUSTÍVEIS
60 mil litros de solvente que seriam misturados a gasolina foram apreendidos sábado em Iracemápolis
Polícia apura adição irregular a gasolina
MARCELO BARTOLOMEI
editor-assistente da Folha Campinas
A Polícia Civil de Iracemápolis
instaurou ontem um inquérito para investigar a mistura irregular de
solvente de borracha a gasolina,
flagrada em um depósito clandestino da cidade. O produto foi
apreendido no sábado, momentos
antes de ser adulterado.
Segundo o delegado titular de
Iracemápolis, Fábio Rizzo de Toledo, 28, três caminhões-tanque
foram apreendidos na madrugada
de sábado no depósito.
Dois caminhões estavam carregados com 60 mil litros de solvente
de borracha e o outro tinha cerca
de 30 mil litros de gasolina.
A operação foi descoberta após
um dos motoristas ter abordado
um policial militar na rua para
confirmar a localização do depósito clandestino.
Os veículos estavam prontos para realizar a mistura em um tanque subterrâneo do depósito. "As
carretas foram apreendidas e estão
na delegacia. Três motoristas e um
guarda noturno, que estavam no
local, foram detidos, ouvidos e depois liberados", disse Toledo.
De acordo com o delegado, foi
instaurado um inquérito para
apurar formação de quadrilha, sonegação fiscal e prejuízo ao consumidor. "Mediante os depoimentos e a perícia realizada no local
podemos investigar esses crimes",
afirmou.
A Polícia Civil vai começar a intimar hoje os motoristas e os proprietários dos caminhões.
Fiscais da Receita Estadual, do
Procon (Coordenadoria de Proteção e Defesa do Consumidor) e da
Arcol (Associação dos Revendedores de Combustíveis de Limeira) acompanharam ontem o trabalho da polícia.
O presidente da Arcol , Antonio
Carlos Embrizi, 44, disse que o
combustível adulterado deveria
ser distribuído posteriormente na
região. "Tudo indica que a gasolina iria para Limeira, porque um
dos caminhões tem placa da cidade e deveria levar a gasolina misturada", disse Embrizi.
Segundo Embrizi, uma das notas
fiscais encontradas tinha procedência de Lorena e pedido de entrega em Holambra. "Há suspeita
de que as notas fiscais possam ser
frias", afirmou.
A polícia não forneceu os nomes
dos envolvidos na adulteração do
combustível.
A mistura de gasolina e solvente
de borracha pode provocar problemas no funcionamento de veículos.
A ANP (Associação Nacional do
Petróleo) informou, por meio de
sua assessoria de imprensa, que
vai colher uma amostra do combustível encontrado no local para
análise. O resultado deve ser divulgado pelo IPB (Instituto Brasileiro
de Petróleo) ainda esta semana.
De acordo com a ANP, o depósito de combustíveis não tinha registro na associação.
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