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SAÚDE
Hospital de Clínicas da Unicamp consegue fazer cirurgia três anos depois da implantação de programa próprio
Campinas faz 1º transplante de coração
CHIQUINO JÚNIOR
da Reportagem Local
O Hospital de Clínicas da Unicamp (Universidade Estadual de
Campinas) realizou ontem de madrugada o primeiro transplante de
coração de Campinas, três anos
após implantar o programa específico para esse tipo de cirurgia.
A cirurgia durou quatro horas e
meia. A operação começou às 2h e
o transplante foi feito às 4h. A paciente deixou o centro cirúrgico às
6h30 e passa bem.
A transplantada é a dona-de-casa Regina de Oliveira, 26, de Campinas. Segundo os médicos, ela deve receber alta em 15 dias.
De acordo com o chefe da Cardiologia do HC, Eduardo Arantes
Nogueira, 53, todo o procedimento foi considerado normal.
Regina vai ficar em observação
médica por causa da possibilidade
de algum tipo de rejeição física ao
órgão transplantado. Nogueira
disse que não há prazo para que
ocorra esse tipo de reação.
Regina aguardava por um transplante havia um ano. Ela sofria de
cardiomiopatia. A doença é caracterizada por um enfraquecimento
do músculo do coração, que se dilata e não bombeia o sangue de
maneira ideal.
Os portadores da doença se sentem cansados e ficam com as pernas inchadas. A insuficiência cardíaca pode levar à morte.
Nos últimos seis meses, Regina
foi internada com frequência.
"Ela ficava em casa um dia e passava outros internada", disse o
médico Orlando Petrucci Júnior,
32, da equipe médica do HC.
Ele afirmou que Regina adquiriu
cardiomiopatia durante o parto,
há um ano.
O doador foi um homem de 29
anos. O fígado foi aproveitado em
outro paciente no HC e as córneas
também serão transplantadas.
O HC da Unicamp informou que
está apto a realizar novos transplantes de coração.
Regina estava na posição número 34 na lista de espera do Estado
de São Paulo. Os pacientes que estavam a sua frente não tinham características compatíveis com o
órgão doado, segundo os médicos.
Lista própria
Com esse primeiro transplante,
o HC da Unicamp vai montar sua
própria lista de espera para transplante de coração.
O superintendente do hospital,
Paulo Eduardo Rodrigues da Silva, disse não ter expectativa de
quantos pacientes vão compor a
fila de espera. Atualmente, o cadastro estadual -atualizado em
julho- reúne 78 pacientes.
De acordo com Petrucci Júnior,
a lista é pequena porque parte dos
pacientes morre enquanto aguarda um órgão. No Brasil, cerca de
20% dos pacientes morrem na fila.
No caso de transplantes renais,
em que os pacientes podem ser
mantidos vivos por meio de hemodiálise, a fila é de 5.827 pessoas.
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