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"Não há comprovação científica"
DA FOLHA CAMPINAS
Os médicos toxicologistas contratados pela Shell e pela Prefeitura de Paulínia disseram à Folha
que é pouco provável que a morte
de Alcinda Silva Campos, 82, esteja relacionada à exposição aos
drins e aos metais pesados.
"Drins e metais pesados não
provocariam câncer no pulmão.
Não há comprovação científica de
que os drins causam câncer", afirmou o médico toxicologista da
Shell Flávio Zambrone.
Alcinda morreu com câncer no
pulmão em 93. Sua morte é alvo
de um inquérito policial, aberto
anteontem pela Polícia Civil de
Paulínia.
Contratado pela prefeitura, o diretor do Ceatox (Centro de Análise Toxicológica) da Unesp (Universidade Estadual Paulista), Igor
Vassilieff, disse que é impossível
relacionar a morte a qualquer fator sem conhecer o histórico da
mulher.
A opinião de Vassilieff é compartilhada por Zambrone, médico contratado pela Shell.
Segundo Zambrone, o câncer
de pulmão está associado a substâncias como a fumaça produzida
por cerâmicas, sílica (queima de
porcelana) e pelo cigarro.
Para o toxicologista da Shell,
uma pessoa contaminada por
drins apresentaria doenças crônicas de estômago, por exemplo.
No caso de metais como o
chumbo, os sintomas são cólicas e
mudança na coloração da gengiva. O mesmo ocorre com a contaminação por mercúrio. Ele afirmou que o câncer é uma forma de
degeneração genética, que pode
acontecer na velhice.
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