Campinas, Quinta-feira, 19 de Abril de 2001

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"Não há comprovação científica"

DA FOLHA CAMPINAS

Os médicos toxicologistas contratados pela Shell e pela Prefeitura de Paulínia disseram à Folha que é pouco provável que a morte de Alcinda Silva Campos, 82, esteja relacionada à exposição aos drins e aos metais pesados.
"Drins e metais pesados não provocariam câncer no pulmão. Não há comprovação científica de que os drins causam câncer", afirmou o médico toxicologista da Shell Flávio Zambrone.
Alcinda morreu com câncer no pulmão em 93. Sua morte é alvo de um inquérito policial, aberto anteontem pela Polícia Civil de Paulínia.
Contratado pela prefeitura, o diretor do Ceatox (Centro de Análise Toxicológica) da Unesp (Universidade Estadual Paulista), Igor Vassilieff, disse que é impossível relacionar a morte a qualquer fator sem conhecer o histórico da mulher.
A opinião de Vassilieff é compartilhada por Zambrone, médico contratado pela Shell.
Segundo Zambrone, o câncer de pulmão está associado a substâncias como a fumaça produzida por cerâmicas, sílica (queima de porcelana) e pelo cigarro.
Para o toxicologista da Shell, uma pessoa contaminada por drins apresentaria doenças crônicas de estômago, por exemplo.
No caso de metais como o chumbo, os sintomas são cólicas e mudança na coloração da gengiva. O mesmo ocorre com a contaminação por mercúrio. Ele afirmou que o câncer é uma forma de degeneração genética, que pode acontecer na velhice.


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