Campinas, Quarta, 19 de maio de 1999

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DIREITOS HUMANOS
Assessores do Senado começam a colher depoimentos em Jundiaí amanhã
CPI investiga funcionários de fórum

da Folha Campinas

A CPI (Comissão Parlamentar Inquérito) do Judiciário pediu ontem ao Ministério da Aeronáutica a verificação de supostos embarques para a Europa, entre 92 e 98, de seis pessoas que teriam atuado com o ex-juiz da Vara da Infância e da Juventude de Jundiaí Luiz Beethoven Giffoni Ferreira.
O juiz, hoje titular da 18ª Vara Cível de São Paulo, é um dos alvos das investigações da CPI. Ele já teve os sigilos bancário, fiscal e telefônico quebrados e é suspeito de promover adoções irregulares de crianças para casais do exterior.
O advogado Marco Antonio Colagrossi denunciou em seu depoimento que pessoas ligadas ao juiz teriam viajado para a Europa.
O advogado do Ferreira, Aderbal da Cunha Bergo, negou ontem todas as acusações. "Ele mesmo (o juiz) colocou seu sigilo bancário, telefônico e fiscal à disposição para quebra do sigilo." Segundo Bergo, não há provas de irregularidades.
O requerimento da CPI, que será enviado hoje para o Ministério da Aeronáutica, pede que sejam investigados os nomes de Maria Rita, Vitória Tereza Rossi Delfino, Maria Luiza Pincinato Acorsi, Maria Ângela de Jesus e Stela Maris de Oliveira Moreno.
A Folha não conseguiu localizá-las. Elas trabalhariam com o juiz. Caso sejam comprovadas as denúncias, a CPI quer saber com quais recursos esses funcionários teriam viajado para a Europa e quais os objetivos das viagens.
Outro requerimento aprovado ontem na CPI determina que assessores dos senadores iniciem amanhã uma diligência no Tribunal de Justiça de São Paulo para analisar os processos referentes ao movimento das mães de Jundiaí.
Amanhã, os assessores vão ouvir oito pessoas em Jundiaí, com o auxílio da Polícia Federal.
Colagrossi e duas mães acusaram o juiz em seus depoimentos de forjar provas nos processos e retirar as crianças das famílias de forma arbitrária. A procuradora do Estado Maria Dolores Maçano afirmou anteontem à CPI que encontrou falhas em todos os 14 processos de destituição de pátrio poder feitos pelos juiz.
A pediatra Marisa Viotti, que também depôs anteontem, confirmou que o filho de Cristiane Lopes foi tomado por ordem do juiz.



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