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ECONOMIA
Medida, que atinge 250 trabalhadores, foi proposta ontem e pretende evitar demissões na Caterpillar
Empresa discute suspensão temporária
REBECA PAROLI
free-lance para a Folha Campinas
A Caterpillar de Piracicaba (80
km de Campinas), que produz tratores, propôs ontem ao Sindicato
dos Metalúrgicos do município a
suspensão do contrato de 250 trabalhadores por quatro meses, em
reunião realizada na empresa.
Além disso, a Caterpillar quer
ampliar o prazo do pagamento do
débito ou crédito do banco de horas dos funcionários de quatro meses para um ano.
As medidas, segundo o presidente do sindicato, José Luiz Ribeiro,
evitariam a demissão de cem funcionários.
Ribeiro afirmou que a suspensão
do contrato está prevista na CLT
(Consolidação das Leis do Trabalho).
"Acredito que é a primeira empresa da região a pedir esse tipo de
acordo ao sindicato", disse.
O sindicalista afirmou que, conforme a proposta da empresa, os
trabalhadores suspensos fariam
parte de um programa de treinamento em qualidade dentro da
própria Caterpillar.
Mas, para o sindicalista, a proposta precisa ser melhor estudada.
"Não temos a garantia de que os
funcionários continuarão na empresa depois desse período de suspensão", afirmou.
O salário médio dos 2.500 funcionários da Caterpillar é de R$
900 e o líquido R$ 770. Com a suspensão do contrato, o empregado
passaria a receber R$ 465, sendo
R$ 234 provenientes do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) do
governo do Estado de São Paulo e
R$ 231 da empresa.
O sindicalista disse que quer aumentar essa margem de pagamento da companhia. "Acredito que
vai reduzir muito o salário", disse.
Em relação ao banco de horas, a
empresa quer renovar o acordo de
18 meses, que acaba no próximo
mês de julho, por mais dois anos.
O banco de horas estabelece que
o funcionário trabalhe até 52 horas
semanais, contra as 44 horas previstas no contrato. O excedente vai
para o banco de horas, que é zerado a cada quatro meses. A empresa
quer fazer o acerto anualmente.
Para as medidas entrarem em vigor é necessária a aprovação, em
assembléia, da maioria dos funcionários.
As negociações com a empresa
começaram ontem e continuarão
amanhã. Na próxima segunda-feira, Ribeiro pretende fazer uma assembléia com os trabalhadores para apresentar as propostas.
Empresa
A Folha tentou contato com a assessoria de imprensa da Caterpillar ontem, logo após o término da
reunião, mas ninguém se encontrava lá.
Na semana passada, a assessoria
descartou a possibilidade de demissões, a longo prazo, de 700 funcionários e confirmou as negociações sobre o banco de horas.
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