Campinas, Sábado, 22 de maio de 1999

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DIREITOS HUMANOS
Depoimento de guarda municipal ligado ao juiz Beethoven Giffoni teria apresentado contradições
PF ouve pessoas ligadas a ex-juiz de Jundiaí

MAURÍCIO SIMIONATO
da Folha Campinas

A Polícia Federal encontrou contradições ontem nos depoimentos de funcionários do Fórum de Jundiaí que trabalharam com o juiz Luiz Beethoven Giffoni Ferreira, acusado de fazer adoções internacionais irregulares na cidade quando era titular da Vara da Infância e da Juventude.
A Folha apurou que o guarda municipal Deverlei Quinholi afirmou que realizava apenas o serviço de busca das crianças, mas, em seguida, disse ter servido como testemunha em processos de destituição de pátrio poder.
O guarda não foi encontrado ontem para falar do depoimento.
Cinco pessoas já foram ouvidas durante dois dias. Hoje, outras três pessoas prestarão depoimento.
Os depoimentos estão sendo tomados pelo delegado José Pinto de Luna e acompanhados por assessores da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Judiciário.
O juiz Luiz Beethoven Giffoni Ferreira é investigado pela CPI. Ele e a promotora Maria Inês de Oliveira Bicudo já tiveram o sigilo bancário, fiscal e telefônico quebrados.
Ambos negam ter cometido irregularidades nos processos. O juiz não fala com a Folha desde que começaram as investigações.
Giffoni Ferreira foi acusado nos depoimentos do advogado Marco Antônio Colagrossi e de duas mães do movimento das "Mães da Praça do Fórum" à CPI de forjar provas em processos e agir de forma irregular nas destituição de pátrio poder de crianças para adoção.
Entre as pessoas já ouvidas pela Polícia Federal, estão o funcionário da Prefeitura de Jundiaí Ademir Agiane e as funcionárias do cartório Teresa Rossi Delfino e Maria Luiz Pincinato Acorsi.
Os depoimentos estão sendo gravados e um relatório será entregue à CPI na próxima semana.



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