free-lance para Folha Campinas

A Polícia Civil de Campinas abriu quatro inquéritos para investigar uma quadrilha de estelionatários que estaria agindo na cidade desde agosto do ano passado, fraudando o consumo de energia elétrica em estabelecimentos comerciais.
De acordo com o delegado Marcelo Fávero, do 1º DP (Distrito Policial), a quadrilha estaria cobrando R$ 150 de comerciantes para fraudar a medição de contas de luz nos estabelecimentos.
Os inquéritos foram abertos na semana passada, depois que a CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz) registrou um boletim de ocorrência contra pelo menos 20 comerciantes da cidade.
Segundo o delegado, os comerciantes obtiveram uma redução média de dois terços em suas contas de luz.
Fávero disse que a quadrilha fez ligações clandestinas. "Eles ofereciam por R$ 150 os serviços de instalação de capacitores de energia que reduziriam o consumo."
O delegado afirmou que comerciantes que depuseram sobre o caso disseram terem sido enganados pela quadrilha, porque todos teriam dito possuir autorização da CPFL.
A fraude era feita por meio do corte de dois dos três fios que alimentam o relógio marcador do consumo de energia dos estabelecimentos. O lacre dos relógios e das caixas de força são feitos pelos fabricantes do material e conferistas da CPFL.
A CPFL confirmou ontem que a redução nas contas ultrapassava 50% do consumo. A assessoria de imprensa da empresa deve divulgar uma nota oficial sobre o caso ainda hoje, segundo informou o assessor de imprensa Marcos Sambo.
A assessoria não soube informar como a empresa vai proceder para receber os valores reais do consumo de energia dos comerciantes envolvidos na fraude.
O delegado disse que os comerciantes já deram depoimento e que não devem ser responsabilizados pelas fraudes. Os autores dos crimes, segundo ele, caso localizados, podem cumprir penas que variam de um a cinco anos de cadeia.
O delegado disse que as ocorrências do tipo aconteceram na região central da cidade e no bairro Cambuí, área nobre de Campinas.
Ele informou que há outros casos cujas investigações estão sendo conduzidas por delegados de outros distritos policiais.
Segundo a polícia, a empresa está registrando as ocorrências de acordo com a constatação das ligações clandestinas feitas pelos conferistas da CPFL à medida que detectam o problema na medição do consumo. (ELI FERNANDES)


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