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NO ESCURO
Advogado e restaurante entram com mandado de segurança contra as medidas de racionamento de energia
Justiça recebe duas ações contra a CPFL
RAQUEL LIMA
DA FOLHA CAMPINAS
A Justiça de Campinas recebeu
ontem as duas primeiras ações
contra a CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz) devido ao racionamento de energia proposto
pelo governo federal.
A Lanchonete Árabe Mourtada
Ltda. -o Papai Salim-, tradicional restaurante de comida árabe do centro da cidade, entrou
com um mandado de segurança
para evitar o corte de fornecimento de energia elétrica.
O advogado Miguel Orlando
Vulcano também entrou com
uma ação para evitar o corte de
energia em seu escritório.
Segundo o plano do governo federal, quem gasta mais de 500
kWh por mês é obrigado a reduzir
o consumo em 20% sob a pena de
ter a energia cortada por três dias
ou seis dias.
A CPFL informou ontem, por
meio da assessoria de imprensa,
que não havia sido notificada e
que se manifestaria após a notificação.
O sócio-proprietário da lanchonete Ricardo Mourtada disse ontem que "o problema é cumprir a
redução do consumo."
"Não tenho como gastar menos
energia. Só se eu atender os clientes no escuro", declarou.
Mourtada afirmou que consome, em média, 3.800 kWh por
mês e paga cerca de R$ 800 mensais de energia elétrica.
"Tenho sete geladeiras e três
freezers, que não podem ser desligados. Já tive o trabalho de comprar equipamentos que consomem menos", disse. O restaurante vende cerca de 1.500 esfihas e
900 quibes por dia, entre outros.
De acordo com a ação, "toda
concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao atendimento dos usuários". A ação afirma ainda que
"serviço adequado é o que satisfaz
as condições de regularidade,
continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas".
A Justiça de Taubaté, no Vale do
Paraíba, indeferiu ontem o primeiro pedido de liminar do país
contra o racionamento de energia
feito pelo provedor de internet
Assintel.
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