Campinas, Domingo, 23 de maio de 1999

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DIREITOS HUMANOS 3
Subseção de Jundiaí reclama de ingerência da OAB campineira, presidida pelo advogado do juiz
Adoções causam divergência na OAB

da Folha Campinas

Um pedido de desculpas do presidente da subseção da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em Campinas, Aderbal da Cunha Bergo, ao juiz Luiz Beethoven Giffoni Ferreira, em nome da entidade em Campinas, está sendo contestado pela subseção da entidade em Jundiaí.
O pedido de Bergo, que é advogado de Ferreira, foi pela "execração e sensacionalismo" com que as denúncias contra o juiz estão sendo feitas".
O pedido de desculpas em nome da OAB Campinas gerou reação também na OAB de São Paulo, que apóia o advogado Marco Antônio Colagrossi, autor das denúncias, e as investigações realizadas pela CPI sobre os procedimentos do ex-juiz de Jundiaí.
"Meu pedido de desculpas como presidente da OAB de Campinas foi em relação à maneira como o doutor Beethoven está sendo tratado com denúncias sem provas e sensacionalistas. Ele está sendo execrado e é neste sentido que peço desculpas ao juiz", disse o advogado (leia texto nesta página).
No entanto, o presidente da OAB de Jundiaí, Gustavo Leopoldo Caserta Maryssael de Campos, enviou um ofício na semana passada para a subseção de Campinas dizendo não aceitar qualquer ingerência da OAB campineira em Jundiaí.
"Não aceito qualquer tipo de interferência em problemas da subseção de Jundiaí", disse.
Segundo ele, "se havia alguma dúvida sobre as irregularidades nos procedimentos do juiz, agora, com os depoimentos dados à CPI, não restam mais dúvidas."
"De fato o juiz agiu de forma arbitrária e ilegal. A OAB de Jundiaí apóia as investigações contra o doutor Beethoven", afirmou Campos.
A OAB de São Paulo também reforçou o apoio ao movimento das "Mães da Praça do Fórum", tanto que um processo da ordem já colheu depoimento de diversas mães e está em andamento na Comissão de Direitos Humanos, que busca informações e provas que envolveriam o juiz.
O advogado José Nuzi Neto, membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB de São Paulo disse que apóia o movimento. "É preciso que essas denúncias contra o juiz sejam apuradas", disse Nuzi Neto.



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