Campinas, Segunda-feira, 25 de Junho de 2001

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FINAL FELIZ
Cubana volta a viver com os pais

Governo cubano dá autorização para garota morar em Campinas
DA FOLHA CAMPINAS

Sandra Sablón, 11, filha do casal cubano Zaida Aguila e Vicente Becerra Sablón desembarcou anteontem pela manhã no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, terminando com o impasse de quatro anos entre o casal e o governo cubano de Fidel Castro.
O casal tentou trazer a filha para o Brasil durante o todo período que está no país, mas o governo castrista negou a permissão por quatro vezes, alegando que a mudança de país atrapalharia os estudos da menina.
Após uma viagem de oito horas, Sandra chegou com enjôos e um pouco confusa com o fuso horário. A diferença de São Paulo para Havana é de três horas. Ela disse estar feliz com o reencontro da família.
De acordo com os pais da garota, Sandra vai estudar português nos próximos meses e será matriculada em uma escola de Campinas no ano que vem. Em Cuba, ela cursava o quinto ano do ensino básico.
"Esse é um momento importante para nossa família. Sandra precisa se adaptar aos costumes brasileiros para levar uma vida normal", disse Sablón.
Sablón e Zaida fazem doutorado na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) desde 97. Ele é engenheiro elétrico, e ela, engenheira química.
A liberação para que a garota viesse morar com os pais no Brasil só aconteceu após a intervenção no Ministério da Relações Exteriores.
O Itamaraty solicitou ao governo cubano a liberação de Sandra há três semanas. Só depois da solicitação, o governo cubano autorizou a viagem de Sandra para o Brasil.
Desde anteontem, a garota está morando com os pais e o irmão brasileiro Daniel, 3, em um apartamento de classe média no bairro Proença, em Campinas.
"A única dificuldade que a Sandra vai ter, por pouco tempo, é o ciúme do irmão que ainda não a conhecia, mas isso é normal", disse Sablón.
Zaida e Vicente têm nacionalidade brasileira desde o nascimento do filho Daniel.
Sandra viajou para o Brasil com a avó materna. Nos quatro anos que ficou separada dos pais, ela morou com a avó em Santa Clara, cidade que fica a 200 quilômetros de Havana.
A avó da garota tem permissão para ficar no Brasil por 90 dias. Ao término desse prazo, ela será obrigada a voltar para Santa Clara por determinação do governo cubano.



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