|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Entidades afirmam que caso é policial
free-lance para a Folha Campinas
A assessora da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de São Paulo Maria Amélia
Almeida Teles, 54, membro da Comissão de Familiares de Desaparecidos Políticos, classifica o abandono das ossadas do cemitério de
Perus como um "caso de polícia".
"É um desrespeito histórico o
que está havendo. As famílias dessas pessoas merecem uma explicação digna. Já basta a humilhação
da perseguição política que seus
parentes sofreram", disse.
Ela esteve no ano passado na sala
onde as ossadas estão depositadas
no DML (Departamento de Medicina Legal) da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
"O que explica essa morosidade é
a falta de vontade política do governo estadual e das instituições
envolvidas em esclarecer um período obscuro da história brasileira", afirmou.
Outra integrante da Comissão de
Familiares, a enfermeira Criméia
Almeida, 52, considera que a Unicamp "pecou" na condução das investigações. "A universidade tem
um histórico de perseguição política que deveria ser lembrado como
incentivo para um maior empenho
dos peritos", afirmou.
Ela disse que o médico-legista
Antônio Fortunato Badan Palhares tentou durante todo o tempo
"atrapalhar" as perícias.
"O que não entendo é que, se a
Unicamp não consegue resolver
esse problema, porque não se empenha em se livrar dele", questionou.
Ex-presidente da Comissão de
Direitos Humanos da Assembléia,
o deputado estadual Renato Simões (PT) disse ter cobrado neste
ano um posicionamento da Secretaria da Segurança sobre o caso das
ossadas.
"O governo Covas tem demonstrado não ter interesse em identificar os mortos pela ditadura", afirmou. Ele disse que conversou com
o secretário-adjunto da Pasta, Mário Papaterra Limongi, que teria
dito desconhecer o relatório da comissão de transferência.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|