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DIREITOS HUMANOS 4
Grupo, formado para protestar contra as adoções realizadas por juiz da cidade, vai virar ONG
Mães de Jundiaí fazem vigília de um ano
MAURÍCIO SIMIONATO
da Folha Campinas
O movimento "Mães da Praça do
Fórum de Jundiaí", composto por
cerca de 60 famílias que protestam
contra adoções de crianças realizadas na cidade, completa amanhã
uma vigília de 204 horas em 51
dias. A data comemora um ano de
protestos.
O aniversário do movimento
acontece uma semana após o afastamento do juiz Luiz Beethoven
Giffoni Ferreira, acusado de irregularidades, da Vara da Infância e
da Juventude.
O grupo alega ter perdido o pátrio poder das crianças de forma
arbitrária em favor da adoção internacional. O Tribunal de Justiça,
a Procuradoria de Justiça do Estado, a Polícia Federal e a Assembléia
Legislativa de São Paulo investigam as denúncias.
A marca do aniversário de um
ano será a transformação do movimento em uma ONG (Organização
Não Governamental) nas próximas semanas.
As "mães" realizam amanhã um
ato em frente ao Fórum, onde protestaram -sempre às segundas-feiras- contra o juiz e contra a ex-promotora da Vara de Infância,
Inês de Oliveira Bicudo, também
transferida para São Paulo.
Inês é investigada pela Corregedoria do Ministério Público.
A denúncia de irregularidades
nos processos de adoções realizados em Jundiaí foi oficializada pelo
advogado Marco Antônio Colagrossi, representante da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) na
Comissão Municipal dos Direitos
da Criança e do Adolescente. A denúncia chegou ao TJ e ao Ministério Público em 25 de março do ano
passado.
Quatro dias depois, o movimento foi fundado oficialmente. Desde
então, elas realizam vigílias de, em
média, quatro horas por dia na
praça do Fórum.
Reversão
A Procuradoria Pública já protocolou no TJ o pedido de anulação
de pelo menos 12 processos de destituição de pátrio poder.
A Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do
Estado investiga também a suposta existência de uma conexão entre
o juiz, a promotora e entidades internacionais de adoção.
Para a comissão, há indícios de
irregularidades.
De acordo com Colagrossi, o juiz
indicava crianças de Jundiaí para
famílias européias, principalmente da Itália. "Atingimos metade
dos objetivos com as transferências. Agora queremos que as crianças sejam devolvidas", disse.
O juiz e a promotora negam todas as acusações feitas contra eles.
Apesar de terem sido transferidos
de Jundiaí, nenhuma ligação com a
adoção internacional foi provada.
Em apenas um processo, o pedido
de anulação da adoção foi aceito.
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