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Pesquisador defende testes com vírus da gripe alterado

Mutações perigosas já existem na natureza

DE SÃO PAULO

O debate sobre a pertinência de fazer versões mutantes do vírus da gripe aviária (H5N1) continua rendendo nas revistas científicas.

Nesta edição da "Nature", Yoshihiro Kawaoka, da Universidade de Tóquio, argumenta que esse tipo de pesquisa é fundamental se a humanidade quiser estar preparada contra uma pandemia.

A polêmica começou quando cientistas dos EUA e da Holanda conseguiram induzir uma cepa do vírus a cinco mutações que a tornaram altamente transmissível entre mamíferos. Normalmente, ele quase nunca infecta humanos (só aves), mas, quando o faz, tem taxa de letalidade de mais de 50%.

Temendo bioterrorismo, o governo dos EUA pediu às revistas "Science" e "Nature" que não publicassem algumas dessas informações.

Os autores decidiram, neste mês, interromper por 60 dias essas pesquisas, com a justificativa de dar tempo para que governos e cientistas debatam a questão.

Segundo Kawaoka, porém, o vírus é altamente mutante na natureza e algumas das alterações observadas em laboratório já foram encontradas nas últimas infecções naturais da gripe aviária.

Ou seja: temos que correr para estudá-las, uma vez que a natureza pode estar mais rápida que os terroristas.

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