DANIELA SANDLER
da Reportagem Local

Hoje, logo após o pôr-do-sol, se não houver nuvens que atrapalhem, será a melhor ocasião dos últimos dois anos para ver o planeta Marte. Outra chance como essa, só no próximo milênio, em 2001.
Por volta das 18h, Marte surgirá no horizonte, no sentido leste, -oposto ao do Sol. Será identificável por sua cor avermelhada.
Não serão necessários aparelhos para enxergar o planeta, que estará muito brilhante por causa de sua proximidade da Terra -cerca de 87 milhões de quilômetros.
"Marte se diferencia porque não pisca. Parece um pequeno farolete", diz Marcomede Rangel, físico do Observatório Nacional, no Rio.
Segundo Amâncio Friaça, do Instituto Astronômico e Geofísico da USP, "Marte será uma das coisas mais visíveis no céu. Planetas se vêem bem, mesmo numa cidade poluída como São Paulo".
Rangel sugere que as pessoas procurem lugares planos, com vista ampla do horizonte. Quem tiver luneta ou telescópio poderá ver a calota polar marciana, que é branca, e manchas na sua superfície.
O planeta ficará visível no céu durante a noite inteira. Será bem observado não apenas hoje à noite, mas por toda a próxima semana.
A aproximação de Marte e da Terra corresponde a um fenômeno chamado "oposição", que ocorre de dois em dois anos. Nem todas as oposições são iguais. Na última, de 1997, a distância entre os planetas foi de 98 milhões de quilômetros.
Além disso, há um ciclo que dura entre 15 e 17 anos, ao fim do qual os dois planetas ficam a distâncias ainda menores um do outro -são as chamadas "grandes oposições".
Em 2003, Marte ficará a apenas 56 milhões de quilômetros da Terra. A maior distância entre os dois astros é de 357 milhões de quilômetros, quando ficam em pontos opostos de suas órbitas.


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