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CLIMA
Decisão do governo é fundamental para salvar Protocolo de Kyoto; acordo ainda precisa ser ratificado no Parlamento
Rússia aprova acordo contra efeito estufa
DA REDAÇÃO
O governo da Rússia aprovou
ontem o Protocolo de Kyoto, num
passo crucial e longamente aguardado para colocar em vigor o tratado mundial para reduzir as
emissões de gases de efeito estufa.
O acordo segue para o Parlamento, dominado por partidários do
presidente Vladimir Putin, para
ser ratificado. Caso o seja, entra
em vigor já no ano que vem.
Para que passe a vigorar, o protocolo precisa ser aprovado como
lei por pelo menos 55 países, que
respondam por 55% das emissões
do mundo industrializado.
A Rússia, terceiro maior emissor de dióxido de carbono (CO2)
do mundo, passou a ser o fiel da
balança nas negociações desde
2001, quando os EUA de George
W. Bush, principal nação poluidora, rejeitaram Kyoto, sob alegação de dano à economia.
"O destino do tratado depende
da Rússia. Se rejeitarmos a ratificação, seremos culpados pelo seu
fracasso", disse o ministro do Exterior, Yuri Fedotov.
Opositores de Putin mantêm o
discurso de que o tratado será
prejudicial para a economia russa
e pouco eficaz na proteção do ambiente sem a adesão dos EUA.
O premiê russo, Mikhail Fradkov, disse acreditar que ocorrerá
um debate acirrado no Parlamento, que deverá se reunir antes do
fim do ano. A Rússia é o maior
produtor mundial de petróleo, e a
indústria petrolífera, potencial
prejudicada pela redução do consumo mundial de combustíveis
fósseis prevista pelo protocolo,
deverá pressionar contra a ratificação. Se Kyoto sobreviver a mais
essa, passa a vigorar 90 dias após a
ratificação russa.
O principal conselheiro econômico presidencial, Andrei Illarionov, afirmou lamentar "a decisão
política, que será danosa aos interesses nacionais em muitas
áreas". Illarionov argumenta que
o acordo irá limitar a produção
industrial, o que impedirá que a
meta de dobrar o PIB (Produto
Interno Bruto) em dez anos, imposta por Putin, seja alcançada.
A forte pressão da União Européia foi um dos fatores decisivos
para a aprovação do acordo, segundo Konstantin Kosachev, líder do comitê de relações internacionais do Parlamento. "A ratificação irá poupar de mais atritos o
nosso relacionamento com a
União Européia."
Em maio, Putin demonstrou interesse em apressar a ratificação
do Protocolo de Kyoto em troca
do apoio da União Européia para
a entrada russa na Organização
Mundial do Comércio.
Com agências internacionais
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