São Paulo, sexta-feira, 02 de fevereiro de 2001

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AMBIENTE

Embaixada nos EUA envia resposta à "Science"

Governo mantém ofensiva contra artigo sobre o futuro da Amazônia



DA REDAÇÃO

Prosseguem as marolas sobre o artigo na revista "Science" que prevê entre 28% e 42% de destruição na Amazônia até 2020. Elas já alcançaram até Washington, na forma de um texto enviado pela Embaixada Brasileira ao fórum eletrônico de debates da revista, o "dEbate" (que pode ser alcançado na Internet a partir do endereço www.sciencemag.org).
O texto foi enviado no último dia 26, com a assinatura do adido ambiental Roberto Goidanich. Ele questiona os dados da pesquisa liderada por William Laurance e publicada na "Science" uma semana antes, a começar pela média de desmatamento citada.
O artigo de Laurance mencionava "cerca de 2 milhões de hectares por ano" (ou 20 mil quilômetros quadrados, uma área pouco menor que o Estado de Sergipe). Para a embaixada, o correto seria 1,7 milhão de hectares.
Ocorre que, no cálculo dos diplomatas, foi utilizado o período 1995-99. Com isso, ficou de fora da média o recorde de desmatamento na década, a temporada 1994-95: 2,9 milhões de hectares (ou uma Bélgica inteira). Na tréplica que está enviando à revista, Laurance informa que a inclusão desse dado eleva a média anual para 1,89 milhão de hectares.
Extrapolando essa taxa de desmatamento para os próximos 20 anos, a embaixada conclui que seriam devastados no máximo 8% da floresta, nunca 28% ou 42%.
Com sua média, o ecólogo do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia obtém 11%. Com os 14% já desmatados, somariam 25% -cifra próxima dos 28% indicados no "cenário otimista" do artigo. (MARCELO LEITE)


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