|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
AMBIENTE
Embaixada nos EUA envia resposta à "Science"
Governo mantém ofensiva contra artigo sobre o futuro da Amazônia
DA REDAÇÃO
Prosseguem as marolas sobre o
artigo na revista "Science" que
prevê entre 28% e 42% de destruição na Amazônia até 2020. Elas já
alcançaram até Washington, na
forma de um texto enviado pela
Embaixada Brasileira ao fórum
eletrônico de debates da revista, o
"dEbate" (que pode ser alcançado
na Internet a partir do endereço
www.sciencemag.org).
O texto foi enviado no último
dia 26, com a assinatura do adido
ambiental Roberto Goidanich.
Ele questiona os dados da pesquisa liderada por William Laurance
e publicada na "Science" uma semana antes, a começar pela média de desmatamento citada.
O artigo de Laurance mencionava "cerca de 2 milhões de hectares por ano" (ou 20 mil quilômetros quadrados, uma área pouco menor que o Estado de Sergipe). Para a embaixada, o correto
seria 1,7 milhão de hectares.
Ocorre que, no cálculo dos diplomatas, foi utilizado o período
1995-99. Com isso, ficou de fora
da média o recorde de desmatamento na década, a temporada
1994-95: 2,9 milhões de hectares
(ou uma Bélgica inteira). Na tréplica que está enviando à revista,
Laurance informa que a inclusão
desse dado eleva a média anual
para 1,89 milhão de hectares.
Extrapolando essa taxa de desmatamento para os próximos 20
anos, a embaixada conclui que seriam devastados no máximo 8%
da floresta, nunca 28% ou 42%.
Com sua média, o ecólogo do
Instituto Nacional de Pesquisas
da Amazônia obtém 11%. Com os
14% já desmatados, somariam
25% -cifra próxima dos 28% indicados no "cenário otimista" do
artigo.
(MARCELO LEITE)
Texto Anterior: Cientistas criam versão mutante ainda mais perigosa do vírus Ebola Próximo Texto: Panorâmica - Marte 1: Planeta já teve intenso campo magnético Índice
|