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Madeireiros e traficantes frequentam área de reserva para negociar com etnia
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM
Primeira etnia do Pará a ter
uma área reservada para si, ainda na década de 1940, os tembés têm hoje um dos territórios
mais ameaçados do Estado, de
acordo com a Funai (Fundação
Nacional do Índio).
A Terra Indígena Alto Rio
Guamá, no nordeste do Estado,
foi homologada em 1993. Mas
em 1945, quando o modelo jurídico da homologação ainda não
tinha sido criado, o interventor
federal Magalhães Barata "demarcou" a área para o grupo.
Hoje, a terra é invadida por
grileiros, madeireiros, posseiros e traficantes, que plantam
maconha lá. Em abril, 2.500
pés da planta foram destruídos
pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
Em fevereiro de 2008, invasores chegaram a tomar índios
como reféns, depois foram presos. Os posseiros reivindicavam áreas dentro da reserva.
Para Juscelino Bessa, administrador da Funai em Belém
(PA), os tembés estão sucumbindo às dificuldades e negociando com madeireiros toras
retiradas ilegalmente. "Vendem quase de graça."
Valdeci Tembé, um dos líderes da etnia, concorda. "Isso
[madeira] não dá quase nada.
Vamos ver se o contrato dá certo. A ideia é essa."
(JCM)
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