|
Próximo Texto | Índice
ARQUEOLOGIA
Revista científica publica evidências de que já foi habitada área hoje a 150 m de profundidade no mar Negro
Novos indícios apontam o local do Dilúvio
JOHN NOBLE WILFORD
DO "THE NEW YORK TIMES"
Arqueólogos norte-americanos
encontraram evidências que parecem apoiar a teoria de que uma
enchente catastrófica atingiu a região do mar Negro há mais de
7.000 anos, aumentando a salinidade desse mar, submergindo as
planícies vizinhas e possivelmente inspirando as lendas mesopotâmica e bíblica do Dilúvio.
Em seu primeiro relatório científico, os líderes de uma expedição
que está explorando o mar Negro
disseram que um levantamento
de sonar feito perto da cidade de
Sinop, na costa norte da Turquia,
revelou os primeiros traços distintos da linha costeira antes do
Dilúvio, hoje a cerca de 150 metros de profundidade.
Num determinado local, os aparelhos detectaram mais de 30 blocos de pedra no leito ligeiramente
inclinado do fundo do mar, sem
outras elevações. Mais investigações com câmeras guiadas por
controle remoto revelaram pedaços de madeira e outros objetos,
possivelmente restos de cerâmica.
O lugar "parece ser singularmente retangular" na imagem de
sonar, e os blocos de pedra não
parecem fazer parte de uma formação geológica natural, relataram os cientistas da expedição a
Sinop na última edição da revista
especializada "The American
Journal of Archaeology" (www.
ajaonline.org). A análise de
amostras do subsolo marinho revelou evidências que, de acordo
com os arqueólogos, são consistentes com a interpretação de que
o lugar havia sido ocupado anteriormente por seres humanos.
"A expedição claramente achou
um ambiente subaquático com
materiais que pertencem ao período anterior à inundação", disse
Bruce Hitchner, arqueólogo da
Universidade de Dayton, no Estado norte-americano de Ohio, e
editor do periódico em que a pesquisa foi publicada. "Acho que
eles confirmaram um elemento
importante da teoria do Dilúvio
de forma bastante convincente".
Navios romanos
Entre as descobertas mais impressionantes da expedição estão
restos de quatro navios romanos
e bizantinos, incrivelmente bem
preservados por causa das águas
pobres em oxigênio do fundo do
mar Negro.
A expedição foi liderada por
Robert Ballard, oceanógrafo e
presidente do Instituto de Exploração, em Mystic, Connecticut
(EUA), e por Fredrik Hiebert, arqueólogo da Universidade da
Pensilvânia (também dos EUA).
O explorador submarino Robert
Ballard ficou famoso por ter localizado e fotografado os restos do
transatlântico Titanic. A pesquisa
recebeu apoio da Sociedade Geográfica Nacional dos EUA.
Próximo Texto: Catástrofe pode ter inspirado mitos orientais Índice
|