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Fapesp envia novos dados genéticos
MARCELO LEITE
especial para a Folha
Depois de ficar pelo menos seis
semanas sem enviar sequências
de DNA a bancos de dados internacionais, o projeto Genoma do
Câncer vai remeter mais de 25 mil
trechos até o final da semana. Em
meados de dezembro, estavam
depositados só 15 mil.
A informação foi divulgada pela
Fapesp (Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo),
principal financiadora da pesquisa, depois de revelado pela Folha
que a remessa de sequências havia sido suspensa.
O Genoma do Câncer tem por
objetivo identificar apenas os genes importantes no desenvolvimento de tumores, não todo o genoma humano. O material genético de tumores é sequenciado (lido) e serve de base para uma trabalhosa busca de genes identificáveis.
Como pode levar a novas terapias ou técnicas de diagnóstico,
essa informação tem grande valor
científico e mesmo econômico.
Quem identifica um gene pode
tentar patenteá-lo, por exemplo
(não no Brasil, cuja lei não prevê
patentes de seres vivos).
José Fernando Perez, diretor
científico da Fapesp, afirma que
não se trata de sonegação de informações científicas, mas de ganhar tempo para a pesquisa brasileira. "Nós não somos apenas exportadores de matéria-prima,
ainda que sofisticada", diz.
"Nós temos compromisso ético
com a divulgação, mas (também
com) o desenvolvimento científico do país, e da humanidade."
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