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São Paulo, segunda-feira, 03 de fevereiro de 2003

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TRAGÉDIA

Manifestações de luto se concentram na Flórida e no Texas; Israel e Índia também reverenciam tripulantes mortos

Bush vai aumentar o orçamento da Nasa

Tekee Tanwar/France Presse
Em Karnal, na Índia, crianças fazem homenagem à astronauta Kalpana Chawla


DA REDAÇÃO

O presidente George W. Bush deve propor hoje um aumento de US$ 470 milhões no orçamento para 2004 da Nasa, a agência espacial americana, segundo um integrante de sua administração. A mesma fonte informou que os investigadores vão examinar a hipótese de que cortes passados tenham favorecido a ocorrência do desastre de anteontem.
Com o aumento, o orçamento da agência passaria de US$ 15 bilhões a US$ 15,47 bilhões. Em 2003, a fatia destinada ao programa de ônibus espaciais foi de US$ 3,208 bilhões, US$ 75 milhões a menos que em 2002.
Ari Fleischer, porta-voz da Casa Branca, anunciou que Bush se encontrará hoje pela manhã com o diretor da Nasa, Sean O'Keefe. Amanhã, Bush comparecerá com sua mulher, Laura, a uma cerimônia de homenagem aos astronautas mortos em Houston, Texas.
"O presidente é dedicado à missão da ciência e à maravilha da exploração espacial", disse Fleischer. "Precisamos [continuar], devemos isso aos astronautas, a suas famílias e àqueles que se alinham para correr riscos em nome da ciência e em nome da exploração [espacial]."
Rona Ramon, mulher do astronauta israelense morto no desastre, disse a uma estação de TV de Israel que o programa espacial da Nasa "deve continuar, porque é simplesmente maravilhoso".
A desintegração do Columbia provocou uma onda de manifestações de luto nos EUA, em Israel e na Índia, países natais de dois tripulantes. Em território americano, as manifestações se concentram na Flórida e no Texas.
No sul da Flórida fica o Centro Espacial Kennedy, de onde o Columbia partiu em 16 de janeiro. Um dos pontos preferidos para a colocação de flores é o Centro de Visitantes em Cabo Canaveral. A indústria espacial representa US$ 4,5 bilhões anuais para a economia da Flórida. Manifestações de luto também criaram um memorial improvisado no Centro Espacial Johnson, em Houston. Foi sobre o Texas -Estado do qual Bush foi governador- que se desintegrou o Columbia.
A queda do Columbia comoveu Israel, pátria do coronel Ilan Ramon, primeiro astronauta do país. "Chegará o dia em que enviaremos outros astronautas ao espaço", disse o primeiro-ministro Ariel Sharon.
O embaixador do Iraque na ONU, Mohammed Aldouri, lamentou o ocorrido: "É um triste desastre. É assim que o Iraque vê o acidente. Certamente é triste para as famílias e para todos os americanos", afirmou.
O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat, enviou condolências ao governo israelense. Já Hassan Nasrallah, líder do grupo guerrilheiro Hizbollah, disse que o desastre foi um sinal de alento para árabes e muçulmanos, na véspera de uma guerra contra o Iraque, pois teria demonstrado que os EUA também estão sujeitos à vontade divina.
Na Índia, país da astronauta Kalpana Chawla (naturalizada americana), as manifestações foram mais intensas em sua cidade natal, Karnal. Dezenas de pessoas foram à casa em que ela cresceu e à sua escola, onde foi improvisado um altar, com a queima de incenso diante de sua fotografia.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou mensagens aos EUA, a Israel e à Índia. Lula expressou "o mais profundo sentimento de pesar a todos os cidadãos norte-americanos", e enviou aos familiares dos astronautas "as condolências e a solidariedade de todo o povo brasileiro".


Com agências internacionais


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