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ASTRONOMIA
Um a cada quatro sistemas conhecidos abrigaria planeta habitável
Universo pode ter diversas Terras
MARK A. GARLICK
DA "NEW SCIENTIST"
Dois astrofísicos decidiram que
a corrida para detectar um planeta como a Terra fora do Sistema
Solar está demorando demais.
Então, em vez de rastrear os céus,
eles modelaram em computador
todos os sistemas planetários conhecidos até agora para descobrir
quais poderiam esconder planetas habitáveis. E concluíram que
cerca de um quarto desses sistemas é capaz de ter outras Terras,
número maior do que o esperado.
Desde 1995, os astrônomos descobriram dezenas de planetas orbitando estrelas próximas parecidas com o Sol. Os métodos atuais
só permitem a detecção de gigantes gasosos como Júpiter, mas a
vida, pelo menos na forma em
que é conhecida, só pode começar
numa superfície sólida na qual
água possa se acumular. Pequenos planetas feitos de pedra seriam abrigos mais prováveis, mas
levará anos até que os cientistas
possam detectá-los.
Para estreitar a busca, Serge Tabachnik e Kristen Menou, da Universidade de Princeton, em Nova
Jersey, criaram simulações de
computador de 85 sistemas conhecidos até agosto de 2002, para
estimar quais poderiam ter planetas habitáveis. Embora trabalhos
semelhantes tenham sido feitos
para sistemas planetários individuais, esse estudo, que será publicado na revista "The Astrophysical Journal" (www.journals.uchi
cago.edu/ApJ), é o primeiro a
abranger todos os sistemas identificados até aquele momento.
A primeira coisa que eles investigaram foi a possibilidade de um
planeta terrestre (pequeno e rochoso) existir numa órbita estável. Os puxões gravitacionais
exercidos pelos planetas gigantes
gasosos podem forçar planetas
menores para órbitas instáveis ou
mesmo ejetá-los de um sistema.
Além de evitar a influência de
seus primos maiores, o planeta
também precisa estar na "zona
habitável": a região circundante à
estrela dentro da qual um planeta
pode suportar água líquida.
Os pesquisadores descobriram
que cerca de um quarto dos sistemas continha regiões em que planetas amigáveis à vida poderiam
existir. É muito mais do que o previsto, diz Tabachnik. Extrapolado
para toda a Via Láctea, o resultado
soma muitas novas Terras.
Mas os autores alertam que seus
resultados são preliminares. Ainda poderia haver outros gigantes
gasosos, mais distantes das estrelas, que ainda não foram detectados. Isso poderia afetar as regiões
estáveis que eles identificaram.
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