São Paulo, domingo, 04 de outubro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Escassez de radares atrapalha monitoramento do fenômeno

DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Embora tenha uma das maiores incidências do mundo de ocorrência de tornados, o Brasil ainda lida com o fenômeno na base do improviso.
Segundo cientistas, a Região Sul tem apenas metade do número de radares de que precisa, e é difícil recrutar equipes que percorrem áreas afetadas para documentar estragos e produzir indicadores confiáveis a respeito das ocorrências.
Em todo o Sul só há cinco radares, o que torna boa parte da região "ponto cego" para estudiosos da ocorrência dos fenômenos. Apenas um usa tecnologia dopler, que permite medir a velocidade do vento e se há rotação dentro das nuvens, elevando a precisão da localização dos pontos onde a chuva e a ventania serão fortes.
Pelas contas do meteorologista Ernani Nascimento, da Universidade Federal de Santa Maria, seriam necessários pelo menos dez radares dopler para cobrir o Sul do país.
Tão incipiente quanto o sistema de previsão é o registro da ocorrência dos tornados. Enquanto nos Estados Unidos o estudo dos estragos feitos por esse tipo de fenômeno é feito por equipes de cientistas que vão ao local no dia seguinte ao fenômeno, no Brasil isso depende de voluntários.
Nem sempre as pessoas que se colocam à disposição têm qualificação para executar o serviço, afirma os cientistas.
É a falta de um sistema de equipes de campo que faça laudos técnicos depois dos incidentes que inviabiliza a produção de estimativas seguras sobre tornados no país.
"No Brasil não existem equipes responsáveis por identificar qual foi o fenômeno climático e qual a velocidade do vento no local da ocorrência. Ainda está tudo sendo feito de maneira improvisada", afirma Nascimento. (GR)


Texto Anterior: Observatório vigia elo entre clima e mar
Próximo Texto: +Marcelo Gleiser: Frankenstein revisitado
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.