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Escassez de radares atrapalha monitoramento do fenômeno
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
Embora tenha uma das
maiores incidências do mundo
de ocorrência de tornados, o
Brasil ainda lida com o fenômeno na base do improviso.
Segundo cientistas, a Região
Sul tem apenas metade do número de radares de que precisa,
e é difícil recrutar equipes que
percorrem áreas afetadas para
documentar estragos e produzir indicadores confiáveis a respeito das ocorrências.
Em todo o Sul só há cinco radares, o que torna boa parte da
região "ponto cego" para estudiosos da ocorrência dos fenômenos. Apenas um usa tecnologia dopler, que permite medir
a velocidade do vento e se há
rotação dentro das nuvens, elevando a precisão da localização
dos pontos onde a chuva e a
ventania serão fortes.
Pelas contas do meteorologista Ernani Nascimento, da
Universidade Federal de Santa
Maria, seriam necessários pelo
menos dez radares dopler para
cobrir o Sul do país.
Tão incipiente quanto o sistema de previsão é o registro da
ocorrência dos tornados. Enquanto nos Estados Unidos o
estudo dos estragos feitos por
esse tipo de fenômeno é feito
por equipes de cientistas que
vão ao local no dia seguinte ao
fenômeno, no Brasil isso depende de voluntários.
Nem sempre as pessoas que
se colocam à disposição têm
qualificação para executar o
serviço, afirma os cientistas.
É a falta de um sistema de
equipes de campo que faça laudos técnicos depois dos incidentes que inviabiliza a produção de estimativas seguras sobre tornados no país.
"No Brasil não existem equipes responsáveis por identificar qual foi o fenômeno climático e qual a velocidade do vento no local da ocorrência. Ainda
está tudo sendo feito de maneira improvisada", afirma Nascimento.
(GR)
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