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ESPAÇO
Cinco sondas invadirão o planeta vermelho de uma vez, entre 2003 e 2004, em busca de evidências de água e vida
UE, Japão e EUA preparam ataque a Marte
SALVADOR NOGUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
É como uma recriação do clássico "Guerra dos Mundos", de H.G.
Wells, só que com eventuais marcianos como vítimas. Num período de pouco mais de um mês, na
virada de 2003 para 2004, cinco
naves da Terra invadirão o planeta vermelho. A primeira a chegar
será a européia Mars Express, para responder pergunta das mais
difíceis: há ou não alguma vida lá?
Trata-se do esforço pioneiro do
Velho Mundo na exploração de
Marte. A missão é dupla, composta por uma sonda orbitadora (que
dá nome ao projeto) e uma de superfície, a Beagle-2. "Os principais
temas da Mars Express e da Beagle-2 são a busca por água e vida,
com um radar subsuperficial e
uma sonda de exobiologia e geoquímica", diz Agustin Chicarro,
da ESA (Agência Espacial Européia), cientista-chefe do projeto.
Além da Mars Express, Marte
também receberá a visita, no mesmo período, de dois Mars Exploration Rovers (pequenos robôs
sobre rodas, similares ao Sojourner, que foi a Marte em 1997), o
próximo passo no programa
americano de exploração do planeta. Também chegará na mesma
época a japonesa Nozomi, que foi
lançada em 1998 e se perdeu no
espaço antes de conseguir chegar.
Com a esquadra, que se junta às
sondas Mars Global Surveyor
(1997) e Mars Odyssey (2001), vai
haver lugar para todos? A ESA diz
que sim, ao menos para o Beagle-2. "Ele procura vida fazendo medições muito específicas. Os "rovers" da Nasa [agência espacial
dos EUA" não estão equipados
para fazer tais medições", diz Rudolf Schmidt, gerente do projeto.
Além de buscar vida em Marte
como nenhuma sonda fez desde
as duas Vikings, dos EUA, de
1976, a missão européia é a mais
barata já empreendida ao planeta
vermelho: US$ 175 milhões.
A Mars Express faz parte de um
programa mais amplo de exploração científica do Sistema Solar,
que inclui a Huygens (a caminho
de Titã, lua de Saturno), a Smart-1
(que vai à Lua), a Venus Express
(Vênus), a BepiColombo (Mercúrio) e a Rosetta (que vai estudar
cometas). "Mas a Mars Express
será a primeira a transmitir dados
científicos", afirma Chicarro.
A empolgação com a missão na
Europa é expressiva. Mas, se ela
acabar falhando, a missão Venus
Express, marcada para voar em
2005, poderia ser redirecionada
para Marte, já que usa a mesma
nave e mais da metade dos instrumentos da Mars Express. Há também um programa de longo prazo chamado Aurora, que atualmente investiga as possibilidades
de estabelecer um programa sustentado de exploração de Marte.
Stardust
A Nasa anunciou que foi um sucesso a passagem da sonda Stardust pelo asteróide Annefrank, de
4 km. A uma velocidade de 25 mil
km/h e a 3.000 km de distância, a
Stardust registrou fotos do asteróide, numa espécie de treino para uma aproximação muito maior
(160 km) com o cometa Wild-2,
em janeiro de 2004.
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