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LEI DE BIOSSEGURANÇA
Documento enviado ao Senado pedia mudanças a projeto
Entidade diz que teve apoio a carta
SALVADOR NOGUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A ANBio (Associação Nacional
de Biossegurança), por meio de
nota oficial, reafirmou ter tido o
apoio de outras 12 entidades para
enviar uma carta aberta ao Senado sugerindo mudanças no projeto da Lei de Biossegurança recentemente aprovado pela Câmara.
A reação veio depois da revelação, feita ontem pela Folha, de
que pelo menos duas sociedades
científicas listadas como signatárias (Sociedade Brasileira de Genética e Sociedade Brasileira de
Microbiologia) não haviam nem
discutido internamente o documento enviado aos senadores.
"De fato nenhuma das sociedades científicas assinou [grifo no
original] a carta, nem mesmo a
ANBio, mas os representantes das
referidas entidades presentes no
Senado Federal e com delegação
dos seus respectivos presidentes
manifestaram total apoio ao texto", escreveu Leila Oda, presidente da ANBio, em resposta à Folha.
A informação contradiz a própria carta enviada aos senadores,
que começa da seguinte maneira:
"As Sociedades e Entidades Científicas Brasileiras que subscrevem
o presente documento (...)".
Segundo a ANBio, o objetivo da
carta era meramente restituir o
substitutivo do projeto de lei redigido pelo deputado Aldo Rebelo
(PC do B-SP), que foi alterado pelo deputado Renildo Calheiros
(PC do B-PE) antes de ser levado à
votação na Câmara, na madrugada do dia 5 de fevereiro.
O documento fazia duas recomendações básicas aos senadores. Em primeiro lugar, pedia que
a CTNBio fosse a única instância a
regulamentar tanto a pesquisa como a comercialização de transgênicos (organismos geneticamente
modificados, ou OGMs), no âmbito do mérito científico. Na versão votada, o projeto divide as decisões de biossegurança e comercialização em entidades distintas.
A segunda sugestão pede fim ao
veto de pesquisas com células-tronco embrionárias humanas e
de clonagem terapêutica.
A Sociedade Brasileira de Microbiologia também se manifestou por meio de uma nota oficial,
declarando apoio às propostas
enviadas pela ANBio aos senadores. "A SBM esclarece que, enquanto sociedade científica, apóia
toda e qualquer iniciativa séria
que resulte no envolvimento da
comunidade científica no tratamento desse tema", escreveu Bernadette Franco, presidente da sociedade. Por telefone, ela reiterou
que não havia lido o documento
antes do envio aos senadores.
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