São Paulo, terça-feira, 05 de novembro de 2002

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INOVAÇÃO

Desde julho, 45 companhias anunciaram cortes

Empresas biotecnológicas passam por sua pior crise orçamentária

ANDREW POLLACK
DO "THE NEW YORK TIMES"

Quando os ataques terroristas interromperam o tráfego aéreo no ano passado, uma exceção foi feita a um jatinho voando do sul da Califórnia a Washington. Ele carregava camadas de células de pele humana para tratar vítimas de queimaduras no Pentágono.
Agora, a fabricante daquele produto de biotecnologia, a Advanced Tissue Sciences, está ela mesma precisando de ajuda. A companhia, de San Diego, pediu concordata no mês passado e ainda está operando, embora não consiga levantar recursos.
Esse é apenas um exemplo. A indústria de biotecnologia está enfrentando uma de suas piores crises financeiras. Os valores de suas ações despencaram, e os cofres de Wall Street estão quase totalmente fechados, tornando praticamente impossível que companhias famintas por capital obtenham financiamento.
Como resultado, muitas empresas estão agora lutando por suas vidas. Cerca de 35% das companhias com ações na bolsa têm menos de um ano de verba disponível, no nível atual de gastos, segundo uma pesquisa recente feita pela consultoria Merrill Lynch. Desde o começo de julho, pelo menos 45 companhias de biotecnologia nos EUA e na Europa anunciaram cortes, segundo a newsletter BioCentury.
Entre as companhias em situação mais precária estão as que mais atraíram a atenção no passado pelo potencial revolucionário de suas pesquisas. Essas tecnologias costumam não só ser de vasto impacto, mas também levar um vasto tempo para dar resultados -ou seja, começar a fazer dinheiro. Esses são exatamente os tipos de negócio que os investidores estão evitando agora.


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