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Região sofre pressão por parte de madeireiros e garimpeiros
DO ENVIADO A BELÉM
Apesar de estarem relativamente menos ameaçadas que
as florestas da margem direita
do Amazonas, as matas da calha
Norte são consideradas a bola
da vez para a grilagem de terras.
A região sofre pressão de garimpeiros e de madeireiros.
Segundo Adalberto Veríssimo, do Imazon, essa pressão é
maior na Floresta Estadual do
Paru, que deverá ser aberta à
exploração madeireira com
concessões federais -além de
criar as reservas, Simão Jatene
também enviou ontem à Assembléia Legislativa do Estado
o projeto de criação do Instituto de Desenvolvimento Florestal do Pará, que deve fiscalizar a
indústria madeireira.
Quem olha para uma imagem
de satélite da Flota do Paru pode se enganar: apenas 0,4% da
unidade de conservação está
desmatada. "No mapa de vegetação, parece que a calha Norte
está blindada ao desmate", diz
Veríssimo. Ao cruzar o mapa
com os dados fundiários, porém, os pesquisadores levaram
um susto. "Quase metade da
área do Paru tinha requerimento de posse", afirma.
Em bom português, grileiros
declaravam intenção de posse
na área para poder explorar
madeira de alto valor, como a
maçaranduba. "As demandas
desse setor foram 100% negadas", continuou o pesquisador.
O governador, que se declarou ontem um "apaixonado"
pela questão ambiental, começou seu processo de "esverdeamento" quando assumiu o governo e iniciou negociações para um empréstimo junto ao
Banco Mundial para fomentar
a produção rural no Estado. O
Bird condicionou o dinheiro
-US$ 10 milhões- à realização
do macrozoneamento ecológico-econômico do Estado, que
se iniciara em 1999 mas vinha
sendo mantido em banho-maria pelo então governador Almir Gabriel, também do PSDB.
O processo definiu as áreas do
Pará que deverão se destinar à
proteção integral, ao uso sustentável e à consolidação e expansão da fronteira.
Armadilha
Jatene resume sua filosofia:
"É uma armadilha essa história
de produzir ou preservar. Se
não produzirmos, vamos morrer todos. Se produzirmos sem
preservar vamos morrer todos
também."
Ele deixa a implementação
das novas áreas protegidas como herança para a petista Ana
Júlia Carepa, que assume o Estado em janeiro.
Jatene disse não saber quanto custará a implementação.
Parte da verba virá do Banco
Mundial e parte (US$ 1 milhão)
da Conservação Internacional.
Procurada pela Folha, a governadora eleita não foi encontrada para comentar o tema.
(CA)
O jornalista Claudio Angelo viajou a convite da Conservação Internacional
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