São Paulo, terça-feira, 06 de janeiro de 2004

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ESPAÇO

Equipe da Nasa trabalha no fuso horário marciano

Jipe americano em Marte já pode fazer contato direto com a Terra

SALVADOR NOGUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Em Pasadena, na Califórnia, há mais de uma centena de pessoas que, desde anteontem, entraram num outro fuso horário. Para elas, os dias agora têm duração de 24 horas e 38 minutos. E não se chamam mais "dias", mas sim "sóis".
Esses técnicos estão completamente imersos na condução da missão dos jipes Spirit e Opportunity. O primeiro deles chegou a Marte no último domingo, pousando no final de uma límpida tarde marciana na cratera Gusev.
Para acompanhar o ritmo de trabalho do Spirit, todos os cientistas e técnicos instalados no JPL (Laboratório de Propulsão a Jato) da Nasa se adaptaram ao fuso e aos dias marcianos. Para eles, o dia de ontem foi "sol 2".
Os pesquisadores já antecipavam a intensificação dos trabalhos. "Vou dormir agora. Anoiteceu agorinha na Gusev, e o dia de amanhã será daqueles", disse Paulo Antônio de Souza Júnior, físico brasileiro envolvido no projeto, por volta das 8h de anteontem (2h na Califórnia).
Por enquanto, os horários ainda parecem razoáveis, mas a cada dia isso tende a piorar, em razão da maior duração do dia marciano.
Durante o sol 2, os controladores conseguiram ativar a antena de alta potência do Spirit, o que permitiu o estabelecimento de uma conexão direta com a Terra. Agora não é preciso mais usar as sondas Mars Odyssey e Mars Global Surveyor como satélites de comunicação para repassar dados.
Também ontem a Nasa recebeu as primeiras imagens coloridas do jipe, que deve transitar pelas redondezas lá por sol 9 (na semana que vem). A missão dura 90 sóis.


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