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ESPAÇO
Equipe da Nasa trabalha no fuso horário marciano
Jipe americano em Marte já pode fazer contato direto com a Terra
SALVADOR NOGUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Em Pasadena, na Califórnia, há
mais de uma centena de pessoas
que, desde anteontem, entraram
num outro fuso horário. Para elas,
os dias agora têm duração de 24
horas e 38 minutos. E não se chamam mais "dias", mas sim "sóis".
Esses técnicos estão completamente imersos na condução da
missão dos jipes Spirit e Opportunity. O primeiro deles chegou a
Marte no último domingo, pousando no final de uma límpida
tarde marciana na cratera Gusev.
Para acompanhar o ritmo de
trabalho do Spirit, todos os cientistas e técnicos instalados no JPL
(Laboratório de Propulsão a Jato)
da Nasa se adaptaram ao fuso e
aos dias marcianos. Para eles, o
dia de ontem foi "sol 2".
Os pesquisadores já antecipavam a intensificação dos trabalhos. "Vou dormir agora. Anoiteceu agorinha na Gusev, e o dia de
amanhã será daqueles", disse
Paulo Antônio de Souza Júnior,
físico brasileiro envolvido no projeto, por volta das 8h de anteontem (2h na Califórnia).
Por enquanto, os horários ainda
parecem razoáveis, mas a cada dia
isso tende a piorar, em razão da
maior duração do dia marciano.
Durante o sol 2, os controladores conseguiram ativar a antena
de alta potência do Spirit, o que
permitiu o estabelecimento de
uma conexão direta com a Terra.
Agora não é preciso mais usar as
sondas Mars Odyssey e Mars Global Surveyor como satélites de comunicação para repassar dados.
Também ontem a Nasa recebeu
as primeiras imagens coloridas do
jipe, que deve transitar pelas redondezas lá por sol 9 (na semana
que vem). A missão dura 90 sóis.
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