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Entenda a técnica utilizada
da Reportagem Local
Para criar uma planta do fumo
produtora de hemoglobina, os
``engenheiros genéticos'' franceses procederam do seguinte modo.
Em primeiro lugar, eles separaram os genes humanos que fabricam a hemoglobina da cadeia de
genes, o DNA. Eles cortaram esse
pedaço do DNA com uma ``tesoura biológica'' chamada enzima
(um tipo de proteína). Cada uma
dessas enzimas, as endonucleases
de restrição, corta um pedaço específico do DNA.
Os cientistas também obtiveram,
do mesmo modo, um gene com as
instruções para produzir um componente da célula da ervilha. Esses
dois pedaços de DNA, dois genes,
foram colados, formando o DNA
recombinante.
O gene da ervilha era necessário
para fazer com que o gene humano
``soubesse'' se colar ao material
genético da planta do fumo. A pesquisadora Josée Pagnier, uma das
autoras da experiência, explica
que o gene da ervilha é tido como o
mais eficiente nessa tarefa.
O problema seguinte era como
colocar essa mistura de genes, o
DNA recombinante, dentro da
planta do fumo. ``Esse DNA precisava pegar uma `carona biológica'
para chegar às células do fumo'',
explica Pagnier.
Os pesquisadores então pegaram
o DNA de uma bactéria, chamado
plasmídio, o cortaram e, no local
vazio, colaram o DNA recombinante. Esse plasmídio recombinante -mistura de genes humanos, de ervilha e de bactéria- é
colocado dentro de uma outra
bactéria, a Agrobacterium tumefaciens. Ela ataca a planta do fumo,
mas não causa doença no vegetal.
Essa bactéria é que dá a ``carona'' aos genes misturados no plasmídio. Os cientistas, então, injetaram a Agrobacterium tumefaciens
na planta do fumo.
O plasmídio tem a capacidade de
se replicar sozinho. Se multiplicando, ele multiplica também os
genes humanos colados a ele. Dentro da planta do fumo, ele sai da
Agrobacterium, se integra ao material genético da planta e a ``ensina'' a produzir hemoglobina.
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