|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Pesquisa é candidata a Prêmio Nobel
DA REPORTAGEM LOCAL
A descoberta da magnetorresistência gigante é tão popular que
foi até cogitada para o Prêmio Nobel de Física. "Eu sei disso", diz
Baibich. "Acho até que isso já foi
discutido mais de uma vez. Quem
mais está empurrando isso é a
IBM", complementa. A informação de que o tema é alvo do Nobel
é compartilhada por outros físicos, segundo a Folha apurou.
Os três indicados seriam Albert
Fert, chefe do laboratório francês
em que Baibich trabalhava quando descobriu a magnetorresistência gigante, em 1988, Peter Grünberg, pesquisador alemão que trabalhou no problema simultaneamente ao grupo de Fert, e Stuart
Parkin, o cientista da IBM que levou a pesquisa até sua aplicação.
Mesmo tendo sido o primeiro
autor do estudo seminal para o
campo, Baibich não se sente injustiçado por não ter seu nome
entre os indicados. "Eu não tive a
chance de seguir pesquisando
com a intensidade com que os outros fizeram. Se sair o Nobel para
eles, vou ficar muito contente."
Atualmente, o físico gaúcho segue estudando magnetorresistência gigante e suas propriedades
em vários materiais, sempre com
enfoque na pesquisa básica.
Suas investigações mais recentes envolvem o estudo de materiais inusitados, como sistemas
aparentemente granulares que
possuem essa propriedades magnetorreativa. Além disso, ele colabora com um grupo francês no
estudo de terras raras (no caso específico, térbio) e na análise de
materiais quase unidimensionais
(sem largura ou espessura significativas), estudo que desafia as noções clássicas do magnetismo.
"Tenho 53 anos e estou cheio de
idéias para o futuro", ele diz.
"Consegui levar adiante algumas
das idéias que tive, mas certamente quero fazer muito mais. Como
qualquer cientista, minha maior
meta sempre é saber mais."
O físico é da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mas está
temporariamente em Tolouse, na
França, fazendo uso do Laboratoire National des Champs Magnétiques Pulsés, que pode gerar
um campo magnético de 60 Tesla.
"Isso é 5.000 a 6.000 vezes maior
que o campo magnético da Terra.
Esse arranjo não existe em outro
lugar, não com a sensibilidade
que pretendemos alcançar."
(SN)
Texto Anterior: Física: Nanomaterial traz revolução informática Próximo Texto: Medicina: Anticorpo pára doença da vaca louca em roedor Índice
|