da Reportagem Local

Helmut Sick nasceu em Leipzig, na Alemanha, em 1910, e obteve seu diploma de doutor (PhD) em 1937, ao defender tese sobre a plumagem das aves como unidade aerodinâmica.
Dois anos depois, chegou ao Rio de Janeiro, integrando uma expedição patrocinada pelo Museu de Berlim.
A eclosão da Segunda Guerra Mundial não poupou a comitiva científica. Sick foi preso em 1942 e enviado à Ilha das Flores, na baía de Guanabara, acusado de estar pesquisando ``ilegalmente'' no país. Foi libertado quase três anos depois e decidiu permanecer no Brasil, naturalizando-se brasileiro.
Sick começou a escrever "Ornitologia Brasileira" em 1960, mas a obra só foi publicada em 1985.
No início de 1991 o pesquisador adoeceu. Viúvo e sem filhos, Sick nomeou como sua "herdeira" Ingeburg Kindel, a quem fez jurar no leito de morte que iria publicar a nova edição do livro, conta José Fernando Pacheco, que foi indicado para organizar o livro.
Em 1978, Sick faria uma de suas principais descobertas: a arara-azul-de-lear (
(Anodorhynchus leari). Luiz Pedreira Gonzaga, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, principal discípulo de Sick, participou da expedição ao Raso da Catarina, na Bahia, que encontrou o animal. ``Sick foi o primeiro cientista a encontrá-la na natureza'', afirma.
Em janeiro de 1955, Pacheco começou a organizar o livro, checando anotações e textos atualizados deixados por Sick.
A obra, lançada em 1985, foi traduzida nos EUA por William Belton, antigo colaborador de Sick, e lançada pela Universidade Princeton. Segundo Pacheco, na nova edição foram acrescentadas 50 espécies que não constam da edição norte-americana.

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