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Obra traz fósseis
da Reportagem Local
A nova edição de "Ornitologia Brasileira" apresenta um capítulo especial
sobre aves fósseis no Brasil.
Escrito pelo médico ortopedista e paleontólogo
amador Herculano Alvarenga, o capítulo revela que
a maior ave que existiu na
Brasil era carnívora e media
2 m. O tamanho de sua cabeça era equivalente à de
um cavalo.
Alvarenga, que faz doutorado em zoologia na USP,
descobriu fósseis do gigantesco Paraphysornis brasiliensis no Vale do Paraíba,
no interior de São Paulo,
em um sítio paleontológico
na bacia de Taubaté.
Era uma ave não-voadora, que viveu há cerca de 22
milhões de anos, no período Oligo-Mioceno.
Ao que tudo indica, não
era uma grande corredora e
provavelmente era necrófaga, ou seja, alimentava-se
de animais mortos.
Os fósseis encontrados
por Alvarenga representam
70% do esqueleto da ave
pré-histórica.
Aves e répteis têm um ancestral comum, ao que tudo
indica um animal pertencente a um grupo de dinossauros chamado dinossauros celurossauros.
Segundo Alvarenga, essa
transição entre répteis e
aves teria ocorrido há 150
milhões de anos.
Há 100 milhões de anos,
no período Cretáceo, ``as
aves estavam muito bem
formadas, com a aparência
das de hoje''.
Na América do Sul, a mais
antiga ave conhecida é a Patagopteryx deferrariisi, da
Argentina, que tinha o tamanho de uma galinha doméstica, pernas alongadas,
não voava e teria vivido há
aproximadamente 85 milhões de anos.
O primeiro trabalho sobre
aves fósseis do Brasil foi escrito por O. Winge (1888),
com base em material coletado em cavernas da região
da Lagoa Santa (MG).
O Diogenornis fragilis
pertence à família das aves
ratitas, grupo ao qual pertencem, por exemplo, o
avestruz e a ema, é o mais
antigo representante dessa
família dentro do Cenozóico. Seus fósseis, de cerca de
55 milhões de anos, foram
descobertos na bacia de Itaboraí, no Rio de Janeiro.
Da bacia de Taubaté vieram os fósseis do Brasilogyps faustoi,, um urubu
fóssil que é o mais antigo representante da família na
América do Sul.
Alvarenga destaca que o
Patagopteryx apresenta semelhanças com aves ratitas
atuais da Austrália. Para
ele, isso é uma evidência de
que a América do Sul era ligada à Austrália no antigo
continente de Gondwana.
O paleontólogo diz que o
condor, ave falconiforme
que habita os Andes, viveu
há cerca de 9.000 anos em
regiões próximas a Belo
Horizonte.
Segundo Alvarenga, o
Brasil não é um país muito
rico em fósseis, já que o terreno é estável. Na região
próxima dos Andes, em que
existe movimentação do
terreno, encontram-se com
mais facilidade fósseis.
Ele cita o Chile, a Bolívia e
o Peru como países sul-americanos mais propícios
às descobertas.
No Brasil, além da bacia
do Taubaté e de cavernas da
Bahia e Minas Gerais, ele
destaca o Acre como importante sítio. Grandes
quantidades de ossos ainda
aguardam estudos.
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